Ana Carolina esquenta a noite fria dos gaúchos com sua fogueira em Porto Alegre

Na noite gelada deste domingo (14), a cantora mineira Ana Carolina apresentou seu mais novo show em Porto Alegre. ‘Fogueira em Alto Mar’ foi visto por cerca de 3 mil pessoas no Auditório Araújo Vianna. A capital gaúcha foi a quarta cidade a assistir ao espetáculo baseado no disco inédito da cantora que será lançado, por completo, no próximo dia 26 de julho.

De início a apresentação na capital já contou com um fator extra palco que retardou a programação. Um atraso no voo que trouxe Ana Carolina do Paraná para o RS fez com que se adiasse a abertura das portas do auditório em uma hora e, consequentemente, o início do show, marcado inicialmente para às 20 horas. A mudança foi previamente anunciada nas redes sociais e na mídia e não teve reflexos mais graves.

Às 21:10, Ana entrou no palco para iniciar sua apresentação com uma linda versão de “Namoradinha de Um Amigo Meu”, de Roberto Carlos. Sem dar intervalo entre uma canção e outra… Ela saúda a plateia e manda mais um clássico em nova roupagem para “Agora Só Falta Você”, de Rita Lee. A plateia levanta pela primeira vez em “Sinais de Fogo”, canção que ela compôs para a amiga Preta Gil.

No show, o repertório foi generoso com hits de Ana Carolina, com versões de outros cantores na interpretação dela e de um selecionado de novas canções lançadas em dois EPs nos meses de maio e junho (um total de 9 músicas, cinco delas foram cantadas ontem em POA). A primeira delas foi “Não tem Nada no Mapa”, música com cara de novela das nove, candidata a hit e que traz Ana de volta ao seu lado romântico que já vimos no disco “Estampado” (2003). Aliás, o cenário de ‘Fogueira em Alto Mar’ em muito lembra o do saudoso show gravado ao vivo em 2004 e lançado com ‘Estampado – Um Instante que Não Para’ – enxuto e grandioso ao mesmo tempo.

Na sequência veio “Encostar na Tua” e mais uma música nova, composta com um parceiro de longa data – Antonio Villeroy: “Canção Antiga”. A receptividade do público aos sucessos antigos volta com tudo em “Pra Rua me Levar”, que se manteve no pique com a manjada, mas sempre bem vinda “Toda Forma de Amor”, de Lulu Santos, “Rosas”, na qual ela faz nova referência ao autor da música, Antonio Villeroy e fecha essa leva com a clássica “Quem de Nós Dois” (La mia storia tra le dita).

Nas turnês (com banda) de Ana Carolina tornaram-se ‘tradição’ três coisas: o quarteto de violões com um pout-pourri acústico (nesta tour com ela, Theo Silva, Marcos Maia e Leonardo Reis), em que ela apresentou “Meu Bem Querer”, de Djavan, e três sucessos seus “A Canção Tocou na Hora Errada”, “Vai” e “Nada Pra Mim”; um ou mais textos citados durante os shows: desta vez ela escolheu um poema de Tom Jobim e Vinicius de Moraes chamado “Eu Não Existo Sem Você”; e a batalha dos pandeiros dela com seus músicos, que se torna um espetáculo à parte, com um jeito todo Marcos Suzano de tocar.

Com a plateia nas mãos e o show na metade, Ana Carolina apresenta uma versão de “Back to Black”, de Amy Winehouse, em português na versão composta por Péricles Cavalcanti e com o nome de “Eu no Breu”. Depois de apresentada a faixa-título, é entoada a canção “Fogueira”, de Angela Ro Ro e “Eu que Não sei Quase Nada do Mar”, dela com Jorge Vercillo e magistralmente regravada por Maria Bethânia. No set de sambas são apresentadas a composição feita especialmente à Elza Soares – a inédita “Da Vila Vintém ao Fim do Mundo”, “Mulheres”, de Martinho da Vila, “Cabide” e a regravação de “1296 Mulheres”, samba de Moreira da Silva de 1953 que ganhou outros sentidos na interpretação de Ana.

Pra finalizar mais 4 clássicos: “Garganta”, quando ela apresenta a banda para o público… “Brasil”, de Cazuza – esse eternizado por Gal Costa nos anos 80 e, fingindo ser um bis, mas sem nem mesmo chegar a sair do palco, ela manda “É Isso Aí (The Blower’s Daughter)” e “Elevador” para elevar a galera ao êxtase.

Em uma hora e meia de show e 28 canções executadas, a turnê ‘Fogueira em Alto Mar’, traz uma Ana Carolina que seus fãs estavam saudosos. Sem gritos e dando ênfase a seu precioso grave vocal, ela reacende a chama e tem tudo para fazer deste show mais um marco de sua carreira.

Agora ela parte para curtas temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro e em 4 de agosto volta ao Rio Grande do Sul para se apresentar no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. Os ingressos estão à venda na bilheteria dos teatros Feevale e do Bourbon Country e no site uhuu (www.uhuu.com).

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