Chico César e Geraldo Azevedo celebram parceria em passagem de turnê por Porto Alegre

Foto: Katia Farias & Lucas Nascimento / A Retrateira

Na última quinta-feira (02), Porto Alegre recebeu a turnê Violivoz, que coloca dois dos maiores ícones da música nordestina a dividir o palco pela primeira vez. Chico César e Geraldo Azevedo aterrissaram no Araújo Vianna para uma plateia que ocupou pouco mais da metade das cadeiras do auditório.

E como tem acontecido em todos os shows do Araújo Vianna, o protocolar atraso para conferência dos comprovantes de vacinação fez a apresentação iniciar às 21:15, quando a dupla subiu ao palco acompanhada de seus violões num cenário composto por um grande violão ao fundo e duas cortinas formadas por linhas que imitam as cordas do instrumento que dá nome ao show.

De largada emendaram dois clássicos já para levantar a plateia das cadeiras: “Táxi Lunar” e “Mama África” e vieram as primeiras interações, geralmente por iniciativa de Chico: “Boa noite, Porto Alegre! A primeira capital não nordestina a receber este show.”. E cantou “Pra Não dizer que não falei de Flores”, de Geraldo Vandré. Após a execução a plateia tentou ecoar o primeiro ‘Fora Bolsonaro’ da noite. E foram várias tentativas. Mas sempre interrompidas pelo primeiro acorde da canção seguinte.

Logo em seguida, Chico entoou “Deus me Proteja”, que ganhou o país quando viralizou na voz de Juliette, no BBB 21. Chico agradeceu a vencedora do reality pela grande exposição que deu à música. Na sequência, os dois dividiram duas clássicas de Geraldo: “Moça Bonita” e “Dia Branco” antes de dividirem outras duas de Chico: “Pensar em Você” do disco ‘Mama Mundi’ de 1999 e “À Primeira Vista”, do disco ‘Aos Vivos’, de 1995, gravada por Daniela Mercury no ano seguinte.

Ambos apresentaram “Cantando e Chorando”, do disco ‘Raízes e Frutos’, de 1998. Após, Chico contou um longo conto do cotidiano dele que fez a plateia gargalhar. Então mostraram as duas canções compostas durante a quarentena (ou ‘onlinemente’, como brincou Geraldo): “Tudo de Amor” e “Nem na Rodoviária”.

Do álbum ‘Estado de Poesia’, de 2015, tocaram a faixa título e a longuíssima e espetacular “Reis do Agronegócio”, letra onde Chico César critica o agronegócio, o veneno nos alimentos e o capitalismo selvagem que destrói o meio ambiente e as reservas indígenas.

Chegando ao final da apresentação foi apresentado um pout-pourri de Chico César com “Da Taça” e “Onde Estará o meu Amor”, do disco ‘Beleza Mano’, de 1997 e que voltou às paradas em 2020 na voz de Maria Bethânia na trilha da novela ‘Amor de Mãe’, da TV Globo. E encerraram com uma dobradinha matadora de Geraldo Azevedo em  “Você se Lembra” e “Bicho de Sete Cabeças”.

Com quase duas horas de apresentação e 25 músicas executadas, Chico e Geraldo seguem para shows no Rio de Janeiro e no Piauí ainda em dezembro. No primeiro semestre de 2022 a dupla já tem agenda em diversas cidades brasileiras.