Nasi e Edgard Scandurra priorizam clássicos do IRA! em show acústico no Bourbon Country

Na noite do último sábado (11), Nasi e Edgard Scandurra trouxeram novamente o espetáculo “IRA! Folk” à Porto Alegre nesta retomada dos shows pós-pandemia. O projeto, que completou cinco anos de estrada em 2021 (estreou em maio de 2016, em Curitiba), já passou outras três vezes por Porto Alegre (2016, 2017 e 2019), além de diversas cidades do interior como Caxias do Sul, Pelotas, Carazinho, Estrela e Novo Hamburgo.

O vocalista e o guitarrista do Ira entraram no palco do Teatro do Bourbon Country, às 20:15, acompanhados de Johnny Boy no violão e nos teclados. Iniciaram a apresentação com três clássicos: “Mudança de Comportamento” (disco homônimo, 1985), “Flerte Fatal” (Acústico MTV, 2004) e “Dias de Luta” seguido de “Quinze Anos” (ambas de Vivendo e não Aprendendo, 1986). Antes de cantar “Perigo”, Nasi fez uma reverência a Yamandu Costa, violonista gaúcho que participou da versão desta música no álbum ao vivo deste projeto (2017): ‘uma pena ele não estar por aqui para uma participação especial!’, lamentou Nasi.

Na sequência foi executado “Receita Para Se Fazer um Herói” e “Mesmo Distante” (Psicoacústica, 1988) quando o vocalista lembrou do quão injusto foi a baixa venda do álbum na época, já que hoje a revista Rolling Stone coloca ele entre os 100 maiores discos da música brasileira de todos os tempos.

A inédita “Amor também faz Errar” foi a primeira música do último álbum lançado em 2020, em meio a pandemia, o primeiro em 13 anos. Nasi explica o título do disco ‘Ira’: “É sem a exclamação que tem no nome da banda para dar a noção do sentimento”. Após, duas canções do álbum ‘7’ (1995), mas que ganharam o público e as rádios com o ‘Acústico MTV’ (2004): “Girassol” e “Eu Quero Sempre Mais”, que a plateia cantou de pé.

“Boneca de Cera” (Clandestino, 1990), “Nas Ruas” (Vivendo e Não Aprendendo, 1986) e “Mariana foi pro Mar” (Invisível DJ, 2007) antecederam a também inédita “Efeito Dominó” (Ira, 2020), gravada com a ex-Metrô Virginie Boutaud. A partir daí foi uma sequência de clássicos como “Tarde Vazia” (Clandestino, 1990), “Tolices” (Mudança de Comportamento, 1985), “Rubro Zorro” (Psicoacústica, 1988), “Flores em Você” e “Envelheço na Cidade” (Vivendo e Não Aprendendo, 1986).

Durante vários momentos do show, pessoas na plateia gritavam pedindo “Bebendo Vinho” de Wander Wildner, gravado no álbum ‘Isso é Amor’, de 1999. Como não estava previsto no setlist, Nasi e Scandurra atenderam ao pedido. E no bis, antes de cantar o clássico, fez uma exaltação ao rock gaúcho. E, para finalizar tocaram “Vida Passageira” (MTV Ao Vivo, 2000) e “Núcleo-Base” (Mudança de Comportamento, 1985).

Em quase duas horas de apresentação, 24 canções foram tocadas, e mostrou que a dupla segue afinada: Nasi com sua voz intacta e Scandurra segue sendo o exímio instrumentista que sempre foi. O único percalço da noite foi, ao final, quando um rapaz na plateia tentou subir ao palco e fez os seguranças agirem, no que Nasi interveio na ação deles.