Iron Maiden leva 40 mil pessoas à uma viagem épica sobre história e religião em Porto Alegre

Foto: Tony Capellão/No Palco

O Iron Maiden voltou a Porto Alegre após 11 anos e fez uma apresentação épica para mais de 40 mil pessoas na Arena do Grêmio, na noite da última quarta-feira (9). Teve diversos cenários, avião, Eddie gigante e muita música boa no show que durou cerca de 2 horas.

Foi um repertório com 16 músicas, dividas em três sets e um bis. A banda tocou seus grandes sucessos e surpreendeu com faixas relíquias dos anos 80, como “Flight of the Icarus”, e da era do vocalista Blaze Bayley (“Sign of the Cross” e “The Clansman”).

Com 44 anos de carreira, o Iron Maiden parece estar em seu auge. Isso porque Steve Harris (baixo) segue conduzindo a banda, Dave Murray e Adrian Smith (guitarristas) dividem solos e carisma, Janick Gers (guitarra) é um motor que nunca gasta e Nicko McBrain (baterista) espalha a potência de seu instrumento. Sem contar a disposição de Bruce Dickinson que depois de vencer um câncer na garganta em 2015, segurava agudos impossíveis.

A turnê ‘Legacy of the Beast’ é baseada no jogo em quadrinhos e móvel lançado pela banda em 2017. É considerada uma das melhores turnês do Iron Maiden e a mais teatral possível.

Sem pontualidade britânica, mas ainda no horário (às 21h06), os telões do palco começaram a exibir um vídeo promovendo o jogo, ao som de “Transylvania”. Depois foi a vez de o som mecânico tocar “Doctor Doctor”, do UFO, para aquecer o público.

GUERRA                                             

Passados 8 minutos de introdução, começou a famosa intro de “Aces High”, com o discurso ‘We Shall Fight on the Beaches’ de Winston Churchill. Finalmente a banda surge no palco e manda o clássico do álbum ‘Powerslave’ (1984), inspirado nas batalhas aéreas dos britânicos contra os nazistas. Para ilustrar, surgiu uma réplica de um caça Spitfire.

Where Eagles Dare” é a próxima, está não entrava nos sets desde 2006, o vocalista Bruce Dickinson logo troca o figurino e surge vestindo roupas de neve. A canção fala sobre batalhas nos Alpes da Bavaria. Durante a canção, Bruce manda o primeiro ‘Scream for me Porto Alegre’, a Arena vai abaixo com a icônica frase.

Antes de “The Clansman”, Bruce conversa pela primeira vez com o público. Ele faz uma provocação entre as cidades que receberam a turnê— “Fizemos três shows no Brasil. Um no Rio foi ok. O de São Paulo foi bom” — disse o vocalista. A galera responde com vaias.

Em Porto Alegre, achávamos que venderíamos uns 20 mi, mas colocamos 80 mil. É o maior público para o qual já toquei em Porto Alegre. Repetindo: o Rio foi ok. São Paulo foi bom. Porto Alegre vai ser incrível pra caralho

— Bruce Dickinson

O show segue e a próxima do repertório é “The Trooper”, inspirada nos soldados britânicos na guerra da Crimeia. Bruce trava uma batalha de espadas com Eddie, o mascote da banda de três metros de altura, e tremula as bandeiras do Brasil e Reino Unido.

IGREJAS, RELIGIÕES E MITOLOGIA

Para está fase, o palco muda e surge atrás da banda um cenário de vitral de igreja. Bruce surge vestido de sacerdote maltrapilho, é a vez de “Revelations” (canção do álbum ‘Piece of Mind’) e “For The Greater Good Of God” (música lançada em 2006 e a mais recente do repertório).

Em “Sign of the Cross”, canção gravada na voz de Blaze Bayley e inspirada no livro ‘O Nome da Rosa’, Bruce volta ao palco com um figurino de monge e segurando uma cruz iluminada. Na sequência, o vocalista segura uma mangueira lança-chamas queimando uma imagem de Ícaro em “Flight of Icarus”.

O clássico “Fear of The Dark” encerra está fase. Bruce surge de cartola, máscara, capa e segura uma lanterna verde, dando um clima de ‘Fantásma da Ópera’ ao show. Os devotos gaúchos do Iron Maiden entoaram o refrão de forma épica.

INFERNO

‘O número da besta para ele é um número humano / Seu número é seiscentos e sessenta e seis’, bastou essas frases para a Arena vir abaixo. Sim, era a vez de “The Number Of The Beast” com direito a fogo por todo lado, gárgulas e candelabros.

Sob o grito de ‘Scream for me Brazil’, dado por Bruce, a apresentação chega ao final do terceiro set com o clássico “Iron Maiden”. Eddie surge transformado em uma versão diabólica. A banda faz aquela famosa despedida para tomar água e retornar depois.

SUCESSOS DA CARREIRA

Na volta para o bis, a banda toca seus principais sucessos. O primeiro é “The Evil That Men Do”, canção do álbum ‘Seventh Son of a Seventh Son’ (1988). Depois vem “Hallowed Be Thy Name”, nesta canção Bruce é um prisioneiro condenado ao enforcamento.

Run To The Hills”, sexto single da carreira do Iron Maiden, encerra a apresentação de forma épica. Deixando as mais de 40 mil pessoas com uma sensação de oportunidade por ter presenciado aquele que se tornaria um dos maiores shows que o Rio Grande do Sul já viu.

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