Los Hermanos apresenta “mais do mesmo” para 5,5 mil pessoas em Porto Alegre

Foto: Gustavo Garbino/No Palco

O Los Hermanos voltou a se apresentar em Porto Alegre na noite deste sábado (11), após 4 anos em hiato. A banda formada por Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba e Bruno Medina subiu no palco do Pepsi On Stage no horário marcado, às 22h em ponto, surpreendendo quem ainda estava na fila para comprar sua bebida.

Em um repertório de 2 horas e 27 músicas, a banda conseguiu contemplar os 4 álbuns lançados durante os 20 anos de carreira. A primeira canção foi “A Flor” (Bloco do Eu Sozinho – 2001), seguida de uma sequência arrebatadora com “Além do Que Se Vê” (a primeira do clássico Ventura – 2003), “Retrato Pra Iaiá”, “O Vencedor” e “Todo Carnaval Tem Seu Fim”.

Após a energia dessas 5 músicas tomar conta do Pepsi, veio a parte mais parada do show com “Condicional”, “Primeiro Andar”, “A Outra” e o primeiro single da banda após 14 anos, “Corre Corre” — aliás, esta nova canção é bem fraca, dá entender que foi gravada por obrigação.

Cada vez que uma sequência com sofrência maior ameaçava dispersar o interesse da plateia, um sucesso maior era invocado. Foi o caso lá pela décima quinta música do setlist, quando tudo parecia tão parado, a banda tocou quatro canções do seu primeiro álbum, ‘Los Hermanos’ (1999), aquele que era de ska punk. Primeiro foi “Tenha Dó”, seguida de “Quem Sabe” (com direito a Rodrigo Amarante no público), “Descoberta” e finalizou com o sucesso maior “Anna Julia”, levando o Pepsi à loucura.

A parte derradeira antes do bis teve “O Velho e o Moço”, “Paquetá”, “Do Sétimo Andar”, “Último Romance”, “De Onde Vem a Calma” e “Conversa de Botas Batidas”. Antes de sair para o break, em uma das pouquíssimas vezes em que falou com a plateia, Marcelo agradeceu a equipe que está trabalhando na turnê e o público gaúcho, que abraçou tão bem a banda nestes 20 anos de carreira. A volta para a segunda e última parte do show voltou a ser empolgante com “Deixa O Verão”, “Azedume” e encerrando a apresentação com “Pierrot”.

Comparado com o número elevado que respondeu positivamente em 2012 e 2015, é possível dizer que a banda não está conquistando novos seguidores. Há 4 anos, o grupo lotou o Anfiteatro Beira Rio (11 mil pessoas), em 2012 tocou duas noites no Pepsi On Stage (10 mil) e este ano não conseguiu lotar duas apresentações e teve que cancelar a segunda data. Nesta única apresentação na capital, 5.500 pessoas foram assistir o Los Hermanos.

Muitos dizem que há falta de empolgação por parte dos frontman da banda, Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, mas não vimos algo que seja desesperador. Ambos cantam suas canções e tocam seus instrumentos com amor, talvez a voz de Camelo não o ajude, mas isso é algo que dura mais de 20 anos. Eles não são de falar, isso é fato. Enfim, não há aquela empolgação como Mick Jagger/Dave Grohl, mas dá pra aturar.

Enquanto ao repertório, é o ‘mais do mesmo’. Apenas uma novidade, o single fraco lançado mês passado, e canções que não podem sair do show de jeito nenhum, porque a única empolgação por parte do público é nestes sucessos do grupo. No mais, é um show que não vale gastar valores altos, porque não há nada de interessante.

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