Entrevista | “Vai ser tri, tchê!” diz Egdar Vivar, o Sr. Barriga

O ator mexicano Edgar Vivar, mais conhecido como Sr. Barriga, do seriado “Chaves“, estará de volta ao Brasil para uma temporada de apresentações do seu novo show: “Uma noite com o Sr. Barriga“. O espetáculo que acontece no dia 3 de maio, no Teatro da AMRIGS, irá exibir também vídeos dos bastidores das gravações da séries Chaves e Chapolin.

O espetáculo será dividido em duas partes. Na primeira, o dono da vila vai relembrar as piadas e diálogos que fizeram parte dos roteiros dos programas e estão na ponta da língua de pelo menos três gerações de brasileiros. Na segunda parte, Edgar voltará ao palco para contar histórias e curiosidades das gravações do seriado. A atividade será em formato de “bate-papo” com a plateia. Ao final do show, o ator exibirá vídeos exclusivos dos bastidores de Chaves. Ao final da apresentação, haverá ainda uma sessão de Meet & Greet, para quem quiser conhecer o ator pessoalmente e tirar fotos. A turnê passa também pelas cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Edgar possui uma carreira consolidada, Iniciou sua carreira artística em 1964 e participou de cerca de 40 obras, que compreenderam autores vanguardistas e mexicanos. O ator também já integrou o elenco dos filmes “Bandidas”, com Salma Hayek e Penélope Cruz, e “O Orfanato”, que foi dirigido por Guillermo Del Toro.  Edgar já dublou personagens em “Meu Malvado Favorito 2”, “Up – Altas Aventuras”, “Os Pinguins de Madagascar”, entre outros.

Confira a entrevista de Edgar Vivar para o Jornal No Palco:

NP: Os fãs em sua grande maioria ainda costumam chamar seus ídolos pelo nome de seus personagens. Contigo, isto ainda acontece ou eles já se acostumaram a lhe chamar por Edgar?

Edgar: Nas primeiras vezes que estive no Brasil, me chamavam mais de S​enhor Barriga. D​e uns tempos pra cá já estão me chamando de Edgar, mas sempre tem ​aquele mais fã​ que me chama de Zenon (risos).

NP: Depois de tanto tempo como é hoje sua relação com os outros integrantes da turma do Chaves? Algum deles você ainda mantém um contato frequente? ​

Edgar: Sempre tive uma relação muito boa com todos os meus amigos do elenco. Mantemos contato até hoje mesmo morando em cidades diferentes. Nos falamos por telefone, e-mail, e quando estamos na mesma cidade nos vemos pessoalmente.

NP: Este será um espetáculo com algumas novidades para a plateia. Depois de um longo tempo de uma carreira consolidada, ainda existe algum tipo de situação na qual o senhor ainda sinta o famoso “frio na barriga” antes de algum espetáculo?

Edgar: Sim, sempre! Principalmente com essa nova temporada no Brasil. Passamos por 20 cidades diferentes com o novo show​. Tenho escutado novos sotaques e aprendi novas palavras. É um grande desafio para mim, mas amo o que faço, então me divirto muito.

NP: O formato de humor criado por Roberto Bolaños se tornou uma referência mundial e atemporal.  Não se pode generalizar, mas de forma mais geral o humor nos dias de hoje se tornou um pouco sensacionalista. O porque você acha que mudou tanto e como você avalia isto tudo?

Edgar: Na verdade não foi só o humor que mudou, tudo mudou. Acho que tudo é uma questão de adaptação ao seu tempo, ao momento que vivemos. Você disse bem, o humor de Roberto é atemporal e a genialidade dele é incontestável.

NP: Você acredita que este formato criado por Bolaños teria tamanha repercussão se lançado atualmente ou acredita que Chaves aconteceu no tempo certo?

Edgar: Acredito que sim, porque o programa faz sucesso até hoje. Mas tudo tem o seu tempo certo para acontecer, com certeza. E não foi diferente com a gente. Era o momento certo, as pessoas certas. Costumo dizer que fomos abençoados.

NP: Esta será a terceira vez que você vem a Porto Alegre, em suas outras visitas o que pode levar de recordação da cidade?

Edgar: Eu já me sinto em casa em Porto Alegre. ​Os fãs gaúchos são muito animados e sempre me recebem com muito carinho e muito churrasco! (risos). Na última vez em que estive aí experimentei chimarrão, é um pouco diferente do mate que se toma na Argentina e no Uruguai, nunca tinha experimentado o mate gaúcho, é mais amargo, mas gostei bastante. ​Estou muito feliz em encerrar essa turnê brasileira em Porto Alegre e estou ansioso pois já fui duas vezes a cidade, espero rever todos os meus amigos novamente. Vai ser tri, tchê!

NP: Em uma de suas vindas ao Brasil, o programa Pânico lhe deu de presente um cheque se referindo aos 14 meses de aluguel. Além deste presente que emocionou a todos, que outra atitude ou presente dado pelos fãs que mais lhe marcou?

Edgar: Nos últimos 40 anos, só posso agradecer por todo o carinho que recebo. Tem fãs que tatuam os personagens, outros tatuaram o meu autógrafo no braço, no peito, me mandam fotos de coleções gigantescas e me dão os presentes dos mais variados. Mas o que me emociona mais é o sentimento das pessoas. Não tem um dia que alguém não fale “muito obrigado pelos sorrisos que você me proporcionou”, ou “a minha família inteira se juntar para    assistir o Chaves”. Por isso digo que fomos abençoados e seremos eternamente agradecidos por isso. ​Em Porto Alegre mesmo recebo manifestações de carinho já na minha chegada ao aeroporto e isso é muito legal. ​

NP: E agora, quais são os planos e projetos para o futuro? Ficamos sabendo está para gravar um filme, é isto?

Edgar: Depois de Porto Alegre sigo direto para o Paraguai para uma série de palestras sobre o bullying e como superá-lo. Depois vou para a Argentina para discutir um projeto novo. Ao voltar para o México é começo a gravar um filme co-produzido com os Estados Unidos e alguns trabalhos de dublagem.

NP: Se você pudesse deixar um recado ou alguma dica para os atores que estão ingressando e começando agora no mercado, qual seria?

Edgar: Atuar é uma arte e toda arte deve ser feita com amor. Estude, dedique-se e acredite em você mesmo. ​N​unca deixe de estudar e se aperfeiçoar.