O diálogo modernista de Nuno Ramos na Villa Mimosa

A Casa das Artes Villa Mimosa (Av. Guilherme Schell, 6270) vai receber, a partir deste sábado (14), a recente produção de um dos mais destacados artistas plásticos de sua geração. A exposição “Só Lâmina”, do paulista Nuno Ramos, é o mais novo capítulo do enfrentamento que o artista faz com o modernismo e que, mais uma vez, comprova a amplitude dos interesses de Nuno que passam, naturalmente, pelas artes plásticas, além da literatura e da música. A mostra é uma realização do Departamento Nacional do Sesc e do Sistema Fecomércio-RS/Sesc e tem apoio da Prefeitura Municipal de Canoas, através da Secretaria Municipal de Cultura. A visitação poderá ser feita até 20 de dezembro, diariamente, das 13h às 18h. Visitas mediadas devem ser agendadas previamente pelo telefone (51) 3428-5789, sendo possível programar também para turno da manhã, de segundas a sextas-feiras, a partir das 9h.

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A mostra

Segundo a coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc/RS, Jane Shoninger, “Só Lâmina” faz parte da intensa pesquisa que Nuno Ramos, desde os anos 80, vem desenvolvendo a respeito das possibilidades que existem para a superfície bidimensional da tela. “A mostra já circulou por diversos estados e agora os gaúchos têm tido a oportunidade de conferir os 11 desenhos criados por Nuno especialmente para o Sesc, além de a mostra trazer encravada a poesia de João Cabral de Melo Neto”, explica Jane, enfatizando que depois de Canoas, a mostra também passará por Porto Alegre, Pelotas e Caxias do Sul. “Estamos muito felizes em poder receber na Casa das Artes Villa Mimosa a exposição de um dos maiores artistas do Brasil atualmente. A parceria com o Sesc proporciona a todos os canoenses e habitantes das cidades vizinhas uma oportunidade única de ter contato com a obra de Nuno Ramos e com a arte contemporânea da mais alta qualidade produzida em nosso País”, salientou o secretário municipal de Cultura de Canoas, Luciano Alabarse.

Formação

No sábado (14), acontece um  Encontro de Formação sobre a obra de Nuno Ramos. Voltado a professores, alunos das artes e interessados, o evento será ministrado por Camila Schenkel, artista visual, mestre em História, Teoria e Crítica de Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS, onde atualmente cursa doutorado. Camila atua na área de educação formal e em projetos educativos de instituições culturais e é coordenadora do Programa Educativo da Fundação Iberê Camargo. O número de participantes é limitado e é necessário confirmar inscrição pelo e-mail iperes@sesc-rs.com.br ou do telefone (51) 8154-1040, até o dia 11 de novembro.

O artista

Nuno Ramos é escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta e videomaker. Cursou filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Trabalhou como editor das revistas Almanaque-80 e Kataloki e começou a pintar em 1983, quando fundou o ateliê Casa 7, com Paulo Monteiro, Rodrigo Andrade, Carlito Carvalhosa e Fábio Miguez. Realiza os primeiros trabalhos tridimensionais em 1986. No ano seguinte, recebe do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo a 1ª Bolsa Émile Eddé de Artes Plásticas.

Em 1992, em Porto Alegre, expôs pela primeira vez a instalação 111, que se refere ao massacre dos presos na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) ocorrido naquele ano. Publicou em 1993, o livro em prosa “Cujo” e, em 1995, o livro objeto “Balada”. Venceu, em 2000, o concurso realizado em Buenos Aires para a construção de um monumento em memória aos desaparecidos durante a ditadura militar naquele país. Em 2001, publicou o livro de contos “O Pão do Corvo”. Sua pintura é influenciada por Julian Schnabel e Anselm Kiefer. A partir de 1985, passou a utilizar tinta a óleo sobre tela. A massa de tinta tornou-se mais espessa e as formas, mais abstratas.

 

Por: Daniel Soares – PMC