Após 26 anos, Paul McCartney volta à Curitiba e leva multidão ao Couto Pereira

Foto: Giuliano Gomes/PR Press

Mais do que um show, uma experiência única, essa é a palavra para resumir a energia quando Sir Paul McCartney sobe ao palco. O dia 30 de março de 2019 ficará na memória das mais de 40 mil pessoas que foram até o Estádio Couto Pereira assistir a última apresentação da turnê Freshen Up, no Brasil. Depois de 26 anos, Paul McCartney estava de volta à Curitiba.

Às 21h30, em ponto, os telões posicionados nas laterais do palco exibiram uma introdução belíssima do baixo hoffner ao som de “The End”. Era o eterno Beatle, Paul McCartney, que subia ao palco para cantar “A Hard Day’s Night”, a primeira canção do show que duraria mais de 2 horas e 30 minutos. Com delicadeza e simpatia, Paul interagiu com o público falando em português — “Oi, Curitibanos! Boa Noite, Paraná! Finalmente ‘baixei’ de novo’” — disse o britânico antes de tocar “Can’t Buy Me Love”.

Paul está em turnê para divulgar seu novo álbum de estúdio, o ‘Egypt Sation’, lançado em agosto do ano passado. No setlist aparecem 4 canções do álbum, são elas: “Who Cares”, “Come On To Me”, “Fuh You” e “Back In Brazil”, que homenageia o país e foi tocada especialmente na parte brasileira da turnê.

Além de novas canções, o show também contou com grandes clássicos dos Beatles, como “I’ve Got A Feeling”, “From Me To You”, “Love Me Do”, “Blackbird”, “Eleanor Rigby”, “Ob La Di Ob La Da”, além da primeira canção do The Quarrymen, banda que originou os Beatles, “In Spite of All the Danger”. Músicas que marcaram a carreira solo de Paul junto com a banda Wings, como “Let Me Roll”, “Maybe I’m Amazed”, “My Valentine”, “Dance Tonight”, “Band On The Run”, entre outras, também estiveram na setlist.

Paul homenageou John Lennon com a canção “Here Today”, escrita para o músico morto em 1980. Este foi um dos momentos mais emocionantes da apresentação, junto com a performance de “Let It Be”. Outro companheiro que ganhou homenagem foi o guitarrista George Harrison, que morreu em 2001, com a música “Something”.

Sempre atencioso e afetivo, Paul interagiu a todo momento com o público em português. Ele empregou termos como “gurias”, “piás” e ainda mandou as gírias “suave na nave” e “tamo junto”, levando o público ao delírio.

A primeira parte da apresentação, que durou cerca de 2 horas e 10 minutos, foi se aproximando do final quando Paul sentou no piano e tocou “Live and Let Die”, acompanhada de um show pirotécnico que surpreendeu quem assistiu o show pela primeira vez. Encerrando o primeiro ato, veio “Hey Jude”, provocando gritos, choros e levando o estádio inteiro a cantar e levantar as plaquinhas do “Na Na Na”.

Ao voltar para as últimas músicas, Paul desfilou com a bandeira do Brasil e ainda colocou em evidência a bandeira da Inglaterra e a da causa LGBT. A primeira do bis foi “Birthday”, depois teve a dobradinha explosiva com “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band” e “Helter Skelter”. Antes de tocar “Golden Slumbers/Carry That Weight/The End”, Sir McCartney agradeceu sua equipe e o público — “Está na hora de ir embora. Obrigado a melhor equipe do mundo. Obrigado a minha banda que é massa. Obrigado a vocês” — disse. E então, com o relógio marcando aproximadamente 00:10, a apresentação foi encerrada com uma chuva de papéis picados e fogos de artifício.

Aos 76 anos, Sir Paul McCartney tocou baixo, guitarra, piano, violão e ukelele nas mais de duas horas de apresentação. É uma pessoa incansável, em cima do palco, que busca interagir a todo momento com a plateia e se esforça para pronunciar palavras no idioma da casa. Paul é um verdadeiro showman, sua presença deveria ser eterna.