Caetano Veloso encerra primeira edição do Turá unindo todas as tribos do festival

Foto: Tony Capellão/No Palco

A estreia do Turá em Porto Alegre foi marcada por um encerramento grandioso no último domingo (19), com a presença de um dos maiores ícones da música brasileira: Caetano Veloso. Foram dois dias intensos, reunindo 20 mil pessoas (10 mil em cada) e marcando a retomada da ocupação cultural no Anfiteatro Pôr do Sol.

Foto: Tony Capellão/No Palco

Estamos muito felizes com o impacto do Turá na capital gaúcha e com os retornos que a gente tem recebido do público e dos artistas. E mais felizes ainda por ter conseguido reconectar a cidade com o Anfiteatro Pôr do Sol, um lugar que tem um espaço muito especial no coração e na memória dos gaúchos.

Gustavo Sirotsky, diretor da Maia Entretenimento, parceira local na realização do evento em Porto Alegre

Com um line-up 100% nacional e um palco cercado pela natureza, o evento reuniu tudo aquilo que conecta e representa o que nós, brasileiros, somos. No sábado (18), tivemos shows do Bloco Império da Lã, Jup do Bairro, a reunião da banda Papas da Língua, Alceu Valença, Fresno convida Pitty e Emicida.

O Turá foi sinônimo de responsabilidade social ao executar campanhas de doações, acessibilidade e ações sustentáveis. Com a categoria do ingresso solidário, o evento arrecadou 7 toneladas de alimentos não perecíveis já entregues ao Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, que redirecionará as doações para aqueles que mais precisam. E como forma de dar maior destaque para causas importantes, o evento evocou a importância do descarte correto de resíduos.

No domingo (19), o festival já começou ensolarado e colorido com o Bloco da Laje, seguido pelo quinteto Francisco, el Hombre. Confira abaixo como foram cada uma das apresentações:

FRANCISCO EL HOMBRE

Foto: Tony Capellão/No Palco

No intuito de manter a energia efervescente do Bloco da Laje durante as primeiras horas da tarde deste domingo, dia 19, o Francisco El Hombre invadiu o palco do Turá com um espetáculo extremamente empolgante, característico e emblemático da banda.

A batida inicial de “Tá Com Dólar, Tá Com Deus” estabeleceu a cadência para todo o show. Apesar do horário ainda cedo, a banda não apenas atraiu a atenção, mas também conquistou corações, congregando uma multidão entusiasmada diante do palco.

Um dos momentos mais serenos e marcantes da apresentação ocorreu durante “Triste, Louca ou Má”. A interpretação cativante e visceral da cantora Juliana Strassacapa ressoou profundamente nas emoções do público.

Logo em seguida, a euforia inconfundível do Francisco El Hombre tomou conta do ambiente. Sob a liderança carismática de Mateo Piracés-Ugarte, a energia transbordou, inclusive levando a banda a interagir de forma próxima com os fãs, mergulhando no meio do público e participando das rodas com uma entrega contagiante.

O som da banda, que celebra uma década de carreira em 2023, simplesmente não permitiu que ninguém permanecesse imóvel. Após presenciar um espetáculo do Francisco El Hombre, é desafiador conseguir cativar o público de forma tão intensa novamente.

MARINA SENA

Foto: Tony Capellão/No Palco

A estrela em ascensão do cenário pop brasileiro, Marina Sena, foi uma das atrações mais aguardadas do dia e brilhou intensamente no palco do Anfiteatro Por do Sol neste domingo (19). Diante de uma plateia que a aclamava como a atração principal, a cantora mineira entregou uma apresentação cativante, repleta de energia e paixão.

Com um repertório de 15 canções, Marina encantou seus fervorosos fãs, que esperavam ansiosamente por esse momento. Ela não decepcionou, exibindo seus principais sucessos, como “Por Supuesto”, “Que Tal” e “Voltei Pra Mim”. No entanto, o ápice do show foi atingido com “Ombrim”, uma canção da antiga banda de Sena, Rosa Neon, que atualmente está nas paradas das principais plataformas de streaming.

A atmosfera eletrizante do espetáculo, combinada com a presença carismática de Marina no palco, criou um vínculo íntimo entre a artista e seu público, gerando momentos de conexão. O Anfiteatro Por do Sol testemunhou não apenas um concerto, mas uma celebração emocionante da música e da habilidade cativante de Marina Sena em encantar multidões.

DUDA BEAT

Foto: Tony Capellão/No Palco

Duda Beat brilhou intensamente no palco do Turá neste domingo (19). A cantora pernambucana presenteou o público com seus sucessos, como “Bixinho”, “Meu Pisêro”, “Meu Jeito de Amar” e “Tangerina”, além de apresentar em primeira mão uma nova música, “Saudade de Você”, que será lançada nesta terça-feira (21).

A energia pulsante de Duda Beat se entrelaçou com canções dançantes que fazem o corpo balançar involuntariamente.

BACO EXU DO BLUES

Foto: Tony Capellão/No Palco

O rapper baiano apresentou um espetáculo repleto de influências da música africana, destacando-se pela rica presença de percussão, enquanto executava seus maiores sucessos, como “Me Desculpa Jay-Z”, “Flamingos”, “20 Ligações” e “Te Amo Disgraça”. Além disso, Baco dividiu o palco com o rapper Young Piva.

CAETANO VELOSO

Foto: Tony Capellão/No Palco

A primeira edição gaúcha do Turá foi encerrada por um dos maiores nomes da música brasileira, Caetano Veloso. O músico ofereceu um show repleto de clássicos, encantando o público que aguardava ansiosamente, mesmo diante do cansaço. Aos 81 anos, o músico demonstrou toda sua vitalidade, sutileza e elegância no palco, reunindo todas as tribos do festival em torno de seu legado que atravessa décadas e gerações.

Acompanhado apenas por seu violão, Caetano surgiu ovacionado e iniciou o último show do festival com “Avarandado” e “Meu Coco”. O primeiro sucesso da noite foi “Sampa”, levando todos a cantar a música de ponta a ponta.

De volta ao violão, Caetano permaneceu solo no palco e presenteou a audiência com um de seus grandes hits, “Sozinho”. Em homenagem a Porto Alegre, entoou “Menino Deus”, canção que compôs na cidade nos anos 80 para o grupo A Cor do Som. O bloco voz e violão encerrou com “Desde Que o Samba é Samba”.

O show contemplou ainda grandes clássicos da MPB, como “Um Índio”, “Baby” em homenagem à Gal Costa, “Menino do Rio” e “O Leãozinho”. A parte final da apresentação trouxe “Odara”, “Reconvexo” e “A Luz de Tieta” que eternizaram a MPB, como “Um Índio”, “Baby” em homenagem à Gal Costa, “Menino do Rio” e “O Leãozinho”. A parte final da apresentação contou com nada mais nada menos “Odara”, “Reconvexo” e “A Luz de Tieta”.

Foi com esse verdadeiro tesouro da música brasileira que o festival Turá concluiu sua primeira edição em Porto Alegre.