Temporada remota de “Palácio do Fim” começa dia 5 de maio

Foto: Boca Migotto

Há um ano, a pandemia provocada pela Covid-19 interrompeu a temporada de estreia de Palácio do Fim, primeira montagem gaúcha para o consagrado texto da dramaturga canadense Judith Thompson. Agora, essa produção ganhará uma versão audiovisual criada exclusivamente para as comemorações de 12 anos da Cia. Incomode-Te. As sessões virtuais serão realizadas de 5 a 16 de maio, de quarta a domingo, sempre às 20h. Toda a renda arrecadada vai ser revertida para a Casa do Artista Riograndense
  Essa versão de Palácio do Fim chega de forma ainda mais acessível ao público. Com a parceria da OVNI Acessibilidade Universal, todas as exibições contam com as opções de audiodescrição e intérprete de libras. Editada por Juan Quintáns e gravada com três câmeras, a versão remota do espetáculo tem direção em vídeo do cineasta Boca Migotto, que também assina a direção de fotografia. O resultado surpreende pela qualidade das imagens.     –  A gente aproveitou a luz original e conseguiu gravar com várias câmeras de uma só vez. Não foi preciso refazer nenhuma cena, nenhum take. Dessa forma, foi possível captar os atores em diversos planos e, ao mesmo tempo, garantir a naturalidade do elenco e manter a obra o mais próximo possível à versão criada para ser assistida presencialmente – explica Boca Migotto. 
  Produzido pela Primeira Fila Produções, o projeto foi contemplado pelo edital do Governo do Estado do Rio Grande do Sul para o fomento à cultura, em atendimento ao previsto à Lei Federal Aldir Blanc (nº 14.017), que dispõe sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural a serem adotadas durante o estado de calamidade pública de 2020. 

> O ESPETÁCULO 

Foto: Boca Migotto


Palácio do Fim mescla realidade, ficção e é composto por três histórias que dimensionam um dos mais brutais e longos conflitos armados do século, a ocupação norte-americana no Iraque (2003-2011). O títuloé uma referência ao prédio onde eram colhidos depoimentos de presos políticos durante a guerra. A direção geral é de Carlos Ramiro Fensterseifer. Liane Venturella e Nelson Diniz compõem o elenco, que tem ainda as participações especiais de Fabiane Severo e Sandra Possani. 

O primeiro texto, intitulado Minhas Pirâmides, conta a história da militar americana Lynndie England (interpretada por Fabiane Severo e Sandra Possani), que ficou internacionalmente conhecida por ser fotografada sorrindo ao lado de prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib. A segunda cena apresenta David Kelly (Nelson Diniz) em Colinas de Horrowdown. O personagem é inspirado no inspetor de armas britânico que revelou em entrevista à BBC que as armas de destruição em massa procuradas por George W. Bush e Tony Blair não existiam. No último monólogo, Instrumentos de Angústia, Nehrjas Al Saffarh (Liane Venturella) é a esposa de um líder político iraquiano contrário ao regime. Em um clima intimista, os espectadores se tornam cúmplices das memórias e sentimentos dos personagens. 
   A trilha sonora original é do premiado músico Angelo Primon e a iluminação, de Nara Maia. Alexandre Navarro assina a cenografia e Guilherme Carravetta De Carli, a criação e edição dos vídeos. Palácio do Fim é uma reflexão humanista sobre as tênues fronteiras éticas, morais e políticas que uma guerra envolve. 

QUANDO: De 05 a 16/05, de quarta-feira a domingo, às 20h

QUANTO: R$ 10,00 (toda renda será revertida para a Casa do Artista Riograndense)

INGRESSOS: www.entreatosdivulga.com.br/palaciodofim 

IMAGENS DE DIVULGAÇÃO EM VÍDEO:  https://www.youtube.com/watch?v=IcLnP4VcerM

Por: Léo Sant´Anna