Festival Elas nas Artes promove experiências criativas para mulheres

Com o objetivo de oportunizar espaços de criação e experimentação para mulheres nas mais diversas formas de expressão artísticas, o espaço cultural Fora da Asa promove, nos dias 17 e 18 de outubro, o Festival Elas nas Artes. A iniciativa, totalmente em ambiente online, pretende contribuir para a renda das artistas ministrantes e do espaço cultural neste ano de pandemia.

O evento é composto por oito oficinas, sendo todas ministradas por mulheres para mulheres. As atividades envolvem diferentes linguagens artísticas, como funk, cinema e fotografia. Entre as aulas, estão as voltadas para a área de criação, como a “Construção de personagens não bináries”, com a roteirista Gautier Lee, a de “Criação Musical”, com a compositora Clarissa Ferreira. O Festival também conta com atividades relacionadas à expressão corporal, a exemplo da oficina “Corpo-mãe: expressão corporal e funk”, de Camila Falcão e Manuela Miranda. 

Apesar de serem compostas por uma  importante parte teórica, o foco será mais na prática, com exercícios, experimentações e criações artísticas. Cada oficina terá uma ou duas ministrantes e será adaptada ao contexto virtual tendo a duração aproximada de 120 minutos. Não é preciso ter conhecimento nas áreas para se inscrever.

O Festival oferece ainda bolsas com vagas  gratuitas que podem ser preenchidas por mulheres negras, indígenas, LGBTQI+ ou em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Cada oficina oferecerá uma ou duas bolsas. A seleção será feita a partir da justificativa, e o resultado será divulgado nas redes do Fora da Asa e por email.

Os ingressos, a preços populares, bem como as inscrições para as bolsas, podem ser adquiridos pelo link do Sympla (https://www.sympla.com.br/festivalelasnasartes). 

Sobre o Fora da Asa

O espaço está localizado na José do Patrocínio, 642, no coração do bairro Cidade Baixa, e vem recebendo desde agosto de 2018, quando foi inaugurado, uma enorme variedade de atividades com propostas artísticas, culturais e de educação corporal e intelectual. A gestão da casa é colaborativa, sem fins lucrativos e apoiada por colaboradores, que contribuem não só com a manutenção financeira da Fora da Asa, mas também com os seus projetos. 

Confira a programação: 

17 de outubro 

14h às 16h – Perspectiva feminista na Fotografia 

O curso aborda o modo como o feminismo é pensado na linguagem fotográfica a fim de criar novos discursos, onde a mulher é o sujeito. 

Sobre a ministrante: Iasmin Schleder integra o Coletivo Mulheres que Criam, colabora na Fora da Asa e é parceira no projeto Cinema Popular. Artista em desenvolvimento. Ela percorre linguagens na busca de criar novas narrativas. Para saber mais acesse os perfis no instagram @i_schleder e @umaoutranarrativa. 

16h às 17h – Construção de personagens não-bináries

A oficina se propõe a auxiliar realizadoras audiovisuais a melhor entender e desenvolver suas visões criativas acerca da construção de personagens, especialmente personagens não-bináries. 

Sobre a ministrante: Gautier Lee é roteirista, diretora e crítica de cinema formada pela PUCRS. É membro-fundador do coletivo Macumba Lab. Em 2019, foi semifinalista do FRAPA e vencedora do prêmio Cabíria na categoria piloto de série. Também participou do Laboratório de Narrativas Negras da FLUP. Atualmente trabalha na sala de roteiro de uma série infantil de animação. Para saber mais acesse o perfil no instagram @gautierlee. 

18h às 20h – Corpo-mãe: expressão corporal e funk 

A oficina Expressão Corporal e Funk tem, nessa edição, a proposta de trazer uma prática física e reflexiva para mulheres de todos os corpos, especialmente para aquelas que são mães e que por vezes por conta das demandas diárias não encontram tempo e/ou espaço para atividades físicas, criativas e artísticas. 

Sobre as ministrantes: Camila Falcão, 33 anos, bacharel em teatro na UFRGS, atriz, cantora, produtora, figurinista, maquiadora, mulher gorda militante e mãe. Já ministrou oficina de expressão corporal, aquecimento vocal e atuação para adolescentes. Atualmente atua como atriz e produtora no grupo Pretagô de teatro e cantora no Bloco da Laje e no Bloco Turucuta.

Manuela Miranda é atriz, bailarina e educadora, licenciada em Teatro e Mestra em Artes Cênicas pela UFRGS. Pesquisa o movimento Funk como possibilidade de metodologia decolonial dentro da arte-educação; como treinamento corporal e criação artística desde 2016. É atriz do Grupo Pretagô e bailarina da Cia Nrty de Danças Indianas.Para saber mais acesse @manumanumanuela @camilajfalcao @pretago @cia_nrty @turucuta @blocodalaje. 

20h às 22h – Poesia salva vidas! Por uma poética antirracista e de representatividade preta e periférica 

A atividade visa contribuir no despertar do interesse literário, instrumentalizando os participantes a usarem a escrita como ferramenta de sensibilização quanto à realidade que vive e fortalecendo a sua autoestima e seu senso coletivo quanto ao compromisso com suas falas e ações, fazendo-os entender a palavra como uma arma poderosa para ampliar o conhecimento, sua autonomia e mudar a realidade que o cerca conforme suas escolhas. Após a reflexão, as participantes são desafiadas a narrarem através da escrita suas próprias experiências com base em suas vivências. No momento final, o grupo faz uma leitura compartilhada do resultado de suas criações.

Sobre as ministrantes: MIKAA tem 20 anos, nascida e criada no Bairro Bom Jesus, Natural de Porto Alegre RS. Escreve desde muito nova, é modelo, compositora, trancista e cantora. Em 2017 começou a participar das batalhas de rima e do movimento SLAM estreou no Slam da Bonja. Em 2018 criou junto com Pretana e Atena o Slam do Gozo, batalha poética temática focada em poesias sobre prazer. Em 2018 foi representante da Batalha das monstras no campeonato regional de batalhas de rima (RS). Em 2019 lançou sua primeira música chamada “Black Bitch”, foi a representante do slam das minas RS na Final Gaúcha de Slam Festival conexões literárias, além de ser a maior vencedora do Slam Poetas Vivos

Mariana Abreu Marmontel é atriz, produtora e empreendedora cultural. Atualmente, integra o coletivo Poetas Vivos e é dona e designer da marca A Dona da Roda. Integrou os espetáculo “Adolescer” e “Ori-Orestéia, com o grupo Caixa-Preta. Desde 2014, atua no movimento Hip-Hop em Porto Alegre, desenvolvendo funções de Mestre de Cerimônias (MC) e produtora de eventos/shows neste segmento. Para saber mais acesse @mikaativa @resistenegra @poetasvivxs. 

18 de outubro 

14 às 16h – Experiência cênica para mulheres 

Esta oficina acontece desde 2018 em Porto Alegre no Espaço Cerco Cultural e devido a pandemia vai ser realizada pela primeira vez em formato online dentro da programação do Festival ELAS nas Artes. A oficina tem por objetivo trabalhar através do teatro e da dança livre com o público feminino, utilizando a ludicidade e a sensibilidade para tocar em aspectos da vida, dos sentimentos e desafios em ser mulher. Com foco no corpo, na expressão e através de exercícios de sensibilização corporal, improvisação de movimento, jogos teatrais e leituras de poemas as participantes são convidadas a realizar um mergulho pessoal e refletir sobre o feminino que habita em nós. Abrindo um diálogo entre as experiências pessoais das participantes e o desenvolvimento de um trabalho sensível e criativo sobre a potência criadora da mulher.

Sobre a ministrante: Kalisy Cabeda (DRT:10.072): é mulher, mãe e seu campo de interesse é pelo corpo e suas pesquisas são dentro da área do teatro e da dança, utilizando também a linguagem do vídeo e da performance. É Mestre em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo. É Bacharel em Direção Teatral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É integrante do Grupo Cerco de teatro e do Coletivo Âmago, nos quais atua como atriz, performer, diretora e assistente de direção. Para saber mais acesse @kalisy.cabeda. 

16h às 18h – Criação musical para mulheres 

Esta oficina abordará a criação sonora a partir de eixos teórico/ reflexivos e práticos. Leituras, audições, construções de narrativas sobre os sons, exercício de criação e compartilhamento de processos serão as ferramentas utilizadas.

Sobre a ministrante: Clarissa Ferreira, violinista xucra cyborg, etnomusicóloga, pesquisadora e compositora do interior do Rio Grande do Sul, Bagé. Bacharela em violino (UFPEL), mestra (UFRGS) e doutora (UNIRIO) em Etnomusicologia. Musicista de formação violinística eurocêntrica que se desgarrou para buscar outras formas de compreender o instrumento. Nesses caminhos atuou na música regional gaúcha por cerca de oito anos, em produções fonográficas e festivais.

18h às 20h – Vozes latino-americanas: performance e poesia 

Ao longo do encontro, serão apresentados brevemente os trabalhos de cinco artistas latino-americanas que pesquisam a poesia a partir da perspectiva da voz e da performance. No final, vamos propor um disparador para que as pessoas participantes criem micro-performances.

Sobre a ministrante: Natasha Felix é poeta, performer e educadora. Dentre suas publicações, destaca-se o livro Use o Alicate Agora (Ed. Macondo, 2018), 9 poemas (Ed. Las Hortensias, Buenos Aires) e a participação na coletânea de poetas negras Nossos Poemas Conjuram e Gritam (Ed. Quelônio, 2019). Há alguns anos, a artista desenvolve trabalhos que propõe relacionar a poesia e a música.

Luiza Romão é poeta, atriz e slammer. Mestranda em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo, estuda o poetry slam no Brasil. É autora dos livros Sangria e Coquetel Motolove (selo doburro/SP). Seu último projeto autoral, Sangria, mesclou cinema, performance e poesia, circulando por diversas mostras e festivais do Brasil e da América Latina (Porto Rico, México, Cuba, Argentina, Uruguai). Para saber mais acesse @luiza_romao @natashafelixx. 

20h às 22h – Mulheres tocando o terror: cinema de gênero e feminismo 

Dos primórdios dos filmes de terror até a atualidade, clichês e convenções de gênero tem aprisionado o feminino em estereótipos negativos e de submissão. Logo, mais do que identificar esta ética do feminino que permeia a história do cinema de gênero, propomos localizar a subversão desta ética através de filmes de terror dirigidos por mulheres.

Sobre a ministrante: Luciana Tubello Caldas ganha o pão realizando oficinas de cinema no Cinema Popular; partilha o amor pelo cinema no Cineclube Academia das Musas; experimenta seu corpo no BDSM e Shibari; e cuida da espiritualidade com tarô e meditação. Para saber mais acesse @cinemapoapopular/ @lucianatubello.