Grupo Máscara EnCena estreia novo espetáculo em Porto Alegre

Foto: Maciel Goelzer

Após o sucesso da premiada montagem Imobilhados, que teve temporadas em diversas cidades do Brasil e passou pelo Canadá, o grupo Máscara EnCena se prepara para estrear seu novo trabalho. Intitulado 2068, o espetáculo usa mais uma vez as máscaras expressivas, que já se transformaram na marca registrada do grupo gaúcho, e ainda acrescenta a manipulação de bonecos em cena.

Com direção de Liane Venturella, a novidade terá temporada em Porto Alegre de 9 a 24 de agosto dentro do projeto Ponto de Teatro, do Instituto Ling, com sessões nas sextas-feiras às 20h e nos sábados às 18h.

Durante a peça, os quatro atores Alexandre BorinCamila VergaraFábio Cuelli e Mariana Rosa dão vida a oito diferentes personagens confinados em um espaço de privação das liberdades individuais, em que, para se manter vivo, é preciso se alimentar constantemente de esperança. Fazendo alusão a uma temporalidade futura, o espetáculo é permeado pelo questionamento: ainda é possível sonhar? Usando as máscaras e os bonecos, além de tecidos e objetos animados, o grupo explora temas como aprisionamento e liberdade.

A criação do novo espetáculo iniciou no ano passado: “2068 surgiu quase como um contraponto ao Imobilhados – agora com quase nenhum cenário, com dramaturgia atemporal e fragmentada”, conta a atriz Mariana Rosa. O trabalho também é fruto do encontro do grupo Máscara EnCena com Liane Venturella que, pela segunda vez, foi convidada a dirigir o coletivo. “Em comparação a Imobilhados, 2068 é um espetáculo mais alegórico e onírico. Em relação ao registro de atuação, tem muito a ver com a direção da Liane: buscar a humanidade; não demonstrar, viver”, explica Camila Vergara.

Sem nenhuma fala, a montagem dá protagonismo à trilha sonora original de Caio Amon e à luz, assinada por Fabiana Santos. “A dramaturgia é construída em boa parte por meio desses dois elementos que colaboram para constituir uma sensação efetiva”, explica o ator Alexandre Borin. Composta especialmente para a peça, a trilha inclui oito composições de diferentes universos musicais e desenho de som cinemático. Entre os destaques, estão uma ária em italiano com voz da soprano Cíntia de Los Santos e um moteto renascentista que conta ainda com as vozes do tenor Eduardo Alves e do baixo-barítono Daniel Germano.

Contamos histórias bem simples – a complexidade está no olho daquele que assiste. São personagens enclausurados, mas eles ainda conseguem sonhar. Abrimos essa conversa com o público: tu és uma vítima, ou colaboras com a violência, qualquer violência, com teu silêncio?”, finaliza Liane Venturella, que assina a direção e também os figurinos do espetáculo.

A apresentação de 2068 ainda inclui uma oficina de crítica teatral gratuita, destinada a maiores de 18 anos – especialmente estudantes de jornalismo e teatro. Ministrada pelo jornalista e crítico Renato Mendonça, curador do Ponto de Teatro, a oficina inclui o acompanhamento da primeira sessão do espetáculo; aula expositiva e debate entre os participantes; escrita e revisão dos textos críticos produzidos pelos participantes; leitura aberta e discussão dos textos em aula; e publicação dos textos finais em plataforma digital. Os encontros acontecem nos dias 9, 13 e 20 de agosto. As inscrições estão abertas no site do Instituto Ling.

SERVIÇO

  • Quando: 9, 10, 16, 17, 23 e 24 de agosto – sextas-feiras, às 20h e sábados, às 18h
  • Onde: Instituto Ling (Rua João Caetano, 440)
  • Ingressos: institutoling.org.br