Primeiro dia do LollaBR tem Arctic Monkeys, despedida dos Tribalistas e protestos contra o governo

Marisa Monte, dos Tribalistas (Camila Cara); Alex Turner, do Arctic Monkeys (Camila Cara); Índio convidado do Portugal. The Man (Mila Maluhy)

O primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2019, nesta sexta-feira (5), reuniu milhares de pessoas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. O festival criado por Perry Farrel, nos anos 90, recebeu 23 atrações dividas em 4 palcos.

ARCTIC MONKEYS

Foto: Camila Cara/MRossi

A banda britânica retornou ao Lollapalooza Brasil após 7 anos, desde a apresentação na primeira edição do festival. Diferente daquele ano, o grupo voltou ainda mais maduro e com músicas completamente diferentes do início da carreira.

Alex Turner e companhia subiram ao palco Principal 1 às 21h e iniciaram a apresentação com uma sequência matador: “Do I Wanna Know?“, do famoso álbum ‘AM’ (2013), “Brianstorm” e “Snap Out of It“. Dando indícios de que o show seria totalmente diferente daqueles que haviam sido apresentados durante a turnê de 2018.

Logo após a enérgica “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair“, veio a primeira canção de ‘Tranquility Base Hotel + Casino’, disco controverso lançado em 2018, “One Point Perspective“. Depois a banda volta a energia indie agitado que os consagraram no cenário mundial, com “I Bet You Look Good on the Dancefloor“.

Após a catarse da canção do álbum de estreia ‘Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not’ (2006), veio uma sequência de quatro músicas: “Library Pictures“, “Knee Socks“, “The Ultracheese” e “Teddy Picker“. A apresentação segue com “Dancing Shoes“, “Why’d You Only Call Me When You’re High?” e volta para o novo álbum com a balada “Cornerstone“.

Até então, Alex não deu uma palavrinha com o público, nem um “Boa Noite”. Ele vai para o teclado e começa a tocar “505“, acompanhado pela plateia que deveria ter um pouco de dificuldade para enter o que o vocalista estava cantando, já que o mesmo enrolava as palavras. A sequência se deu com um instrumental chamado “Drawbridge“, que precedeu novo mergulho no álbum ‘Tranquility Base Hotel + Casino’, desta vez pela faixa homônima.

O público foi a loucura com “Crying Lightning“, canção que antecedeu “Pretty Visitors“. “Four Out of Five“, uma das mais escutadas do ‘Tranquility Base’ encerrou a primeira parte do show. Após um intervalo de menos de 10 minutos, a banda retornou ao palco para finalizar a apresentação com “Star Treatment“, “Arabella” e o sucesso máximo “R U Mine?“.

Alex Turner, Matt Helders, Jamie Cook e Nick O’Malley (junto com os outros quatro músicos de apoio) deixaram o palco aplaudidos por uma multidão estasiada com uma apresentação pouca interativa, mas muito bem feita.

 

SAM SMITH

Foto: Camila Cara/MRossi

O Reino Unido estava de volta ao palco Principal 2, desta vez com o londrino Sam Smith. O cantor se apresentou pela primeira vez em São Paulo e mostrou uma apresentação emocionante e romântica da turnê de divulgação de seu segundo álbum, chamado ‘The Thrill of It All’ (2017).

O tom super romântico e emotivo, que já era grande no disco ‘In the Lonely Hour’ (2014), e aumentou mais ainda em ‘The Thrill of It All’, que domina o repertório. São os singles de parcerias avulsas e mais dançantes, como “Omen” e “Latch“, com Disclosure; “Dancing With a Stranger” com Normani; e “Promises“, com Calvin Harris , que dão mais dinâmica ao show.

Hits não faltaram no setlist, Sam tocou todos: “I’m Not the Only One“, “Lay Me Down“, “Like I Can“, “Money on My Mind“, “Stay With Me” e “Pray

 

TRIBALISTAS

Foto: Mila Maluhy/MRossi

O trio brasileiro formado por Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte encerrou no LollaBR sua primeira turnê em 17 anos de carreira. O grupo que ainda conta com Pretinho da Serrinha, Dadi, Pedro Baby, Marcelo Costa e Cezar Mendes se apresentou no palco Bud.

Arnaldo, Carlinhos e Marisa subiram ao palco Principal 1 às 18h05, e a primeira música foi a homônima “Tribalistas” e dando sequência com “Carnavália“, ambas sucessos do primeiro álbum (2002). O segundo trabalho, lançado em 2017, apareceu no setlist com as canções “Um Só“, “Fora da Memória“, “Diáspora“, “Aliança” e “Trabalivre“.

Os pontos mais altos da apresentação, em que toda a plateia dançou, foram com as músicas da carreira solo de Marisa, como “Amor I Love You” e “Depois“, e também os maiores sucessos da carreira do trio: “Velha Infância” e “Já Sei Namorar“. Está última encerrou o show.

 

THE 1975

Foto: Thiago Almeida/MRossi

A boyband de Manchester (ING) subiu ao palco sob gritos e aplausos de uma plateia histérica pelos 4 meninos. Pela segunda vez no Brasil (a primeira foi no mesmo Lolla, em 2017), o grupo arrastou uma multidão e apresentou em uma hora grandes sucesso de sua carreira.

No setlist da apresentação estavam canções do primeiro álbum homônimo, lançado em 2013, como “Chocolate“, “Robbers” e “Sex“, também músicas do disco ‘I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful yet So Unaware of It’ (2016), um dos mais bem sucedidos da banda e que contém os hit’s “The Sound” e “Somebody Else“.

Quem predominou o repertório foi o novo álbum, ‘A Brief Inquiry into Online Relationships’ (2018). O novo trabalho da banda teve 7 canções, entre elas os singles “Give Yourself a Try“, “Love It If We Made It“, “TooTimeTooTimeTooTime“, “Sincerity Is Scary” e “It’s Not Living (If It’s Not with You)“.

O frotman do grupo, Matty Healy, ousou de danças sensuais para cativar o público. Destaque também para as duas backing vocals, as gêmeas Taitlyn e Kaylee Jaiy, que mostraram toda suas versatilidades ao cantar e dançar.

 

FOALS

Foto: Camila Cara/MRossi

Inaugurando a escalação de britânicos no LollaBR, a banda de Oxford (ING) subiu ao palco Principal 1 ao som de seu maior sucesso “Mountain at My Gates“, do álbum ‘What Went Down’ (2015).

Em seguida veio o single “On the Luna“, da primeira parte do álbum ‘Everything Not Saved Will Be Lost’, lançado dia 8 de março. O quinto trabalho de estúdio da banda ainda foi representado pelas canções “In Degrees“, “Syrups” e “White Onions“. A segunda parte será lançada em setembro.

O vocalista Yannis Philippakis, surpreendeu o público ao arriscar algumas palavras em português e descer do palco para interagir com a galera. A apresentação ainda teve o hit “My Number“.

 

PORTUGAL. THE MAN

Foto: Mila Maluhy/MRossi

O grupo do Alasca (EUA) botou o público para dançar no palco Principal 2. Antes do começo da apresentação, a banda trouxe representantes da comunidade indígena que discursaram e pediram por demarcação de terras. A plateia respondeu com um coro de “demarcação já!” e xingamentos ao presidente Jair Bolsonaro.

Passado o momento de protestos, a banda iniciou a apresentação com um instrumental da música “For Whom the Bell Tolls“, do Metallica, e um trecho de “Another Brick in the Wall“, do Pink Floyd, já emendando em “Purple Yellow Red and Blue“, do álbum ‘Evil Friends’ (2013).

A banda apresentou dois novos integrantes: o guitarrista Eric Howk e o baterista Jason Sechrist. Ambos não estavam na apresentação do grupo no Lolla 2014.

O álbum ‘Woodstock’, lançado em 2017, foi representado pelas canções “Number One“, “Live in the Moment” e o hit “Feel It Still“, durante a performance da música, o telão mostrou mensagens a favor do casamento gay, provocando aplausos da plateia.

 

TROYE SIVAN

Foto: Mila Maluhy/MRossi

O cantor nascido na África do Sul e naturalizado australiano era uma das atrações mais esperadas do dia. Uma multidão foi até o no palco Alternativo assisti-lo. Troye Sivan não decepcionou e emocionou o público formado na grande maioria por LGBTQ+.

Troye, que em 2013 assumiu publicamente sua homossexualidade, emocionou o público com discursos sobre a união do público LGBT. Além de cantor, Sivan também já atuou nos cinemas. Aos 13 anos, viveu a versão mirim de Wolverine em “X-Men Origens: Wolverine” (2009) e fez ano passado o filme “Boy Erased”.

No repertório da apresentação teve canções do álbum de estreia, ‘Blue Neighbourhood’ (2015), como “Youth“, “Wild” e “Heaven“; e também músicas do novo disco, ‘Bloom’ (2018), foram apresentados os hit’s “Bloom” e “My My My!“. Está foi a primeira vez da nova promessa do pop, no Brasil.