Fulvio Stefanini volta a Porto Alegre para apresentar o espetáculo “O Pai”

Foto: Paulo Emilio Lisboa

Vencedor do Prêmio Shell de Melhor Ator e comemorando mais de 60 anos de carreira, Fulvio Stefanini está de volta a Porto Alegre encenando pela primeira vez na capital gaúcha O Pai, premiado e emocionante texto do francês Florian Zeller. A peça terá curta temporada no Theatro São Pedro no mês do Dia dos Pais, com apresentações de 17 a 19 de agosto.

A montagem conta com uma equipe de grande qualidade com André Cortez nos cenários, Letícia Barbieri nos figurinos, Wagner Antônio na iluminação e Léo Stefanini, que vem despontando na cena teatral, dirigindo seu pai justamente em uma peça que fala sobre a relação entre pais e filhos. Além de Fulvio Stefanini no papel-título, o espetáculo também tem Carol Gonzalez, Déo Patricio, Carol Mariottini, Paulo Emilio Lisboa e Wilson Gomes no elenco.

Viver o André é grande desafio. Um personagem instigante, complexo, divertido e comovente. Quando li a peça pela primeira vez percebi que teria a oportunidade de realizar um grande trabalho. Lidar com um tema tão delicado, de uma maneira sutil, buscando valorizar o que há de mais humano na relação com a filha e com os próximos. Fiz 60 anos de carreira. Ganhei de presente O Pai” – comenta Fulvio.

O espetáculo retrata com requintado humor as vidas de um pai e de uma filha. As transformações trazidas pelo tempo, pela idade e pela convivência familiar. Como interferem no que os cercam? É possível sorrir diante de quadros já tão delicados como a idade avançada, dúvidas, doenças, decisões familiares? Tudo tratado de maneira poética, lúdica, romântica. O Pai é uma obra que transforma lágrimas em risos. E risos em lágrimas.

El Padre, Le Père, The Father, O Pai, de Florian Zeller, é um texto de grande sucesso mundial e já foi montado na França, Inglaterra e EUA. Na França ganhou prêmios Molière, o mais importante do teatro francês, de melhor peça, ator e atriz principal em 2014.

O texto mergulha no universo provável de um homem saudável cuja memória vacila. Nós mesmos sentimos as contradições dos fatos, a necessidade das repetições, a perda da lógica comum e as incompreensões e nossa razão fica também perdida. Pouco a pouco, ninguém consegue distinguir o real da ficção, o verdadeiro do falso, o importante e o superficial e então nós mesmos nos encontramos nesse vazio mental sem nenhum ponto de apoio, sem nenhuma possibilidade de evitar esse movimento inexorável em direção à alienação. O norte da encenação é identificar a poesia de uma relação tão desgastada a partir de um problema aparentemente sem solução.

Uma obra que trata a relação humana de forma sutil e delicada. Abordar a “reta final” de uma trajetória desta maneira é fundamental para nossa própria compreensão. As dúvidas da filha, as confusões do pai, o envolvimento de terceiros. Tudo tão corriqueiro, tão próximo de todos nós. O que fazer? O Pai não responde. Apenas comove…

 

“O PAI” com Fulvio Stefanini

Quando: Dias 17, 18 e 19 de agosto, sexta e sábado, às 21h e domingo, às 18h

Onde: Theatro São Pedro – Praça Marechal Deodoro, s/n – Centro Histórico

Ingressos: R$ 25 a R$ 120

Vendas: Theatro São Pedro