“Ícaro” reestreia dia 20 de julho no Teatro da Santa Casa, em Porto Alegre

Foto: Fernanda Chemale

Após duas temporadas com sessões lotadas e sucesso de crítica, Ícaro  sobe ao palco do Teatro da Santa Casa em apenas quatro apresentações. A primeira sessão, no do dia 20 de julho, quinta-feira, terá uma novidade: tradução simultânea em libras. –  A ideia é tornar o teatro cada vez mais acessível pra todo mundo. A gente aborda um tipo de deficiência, a lesão medular, mas todas as pessoas são iguais independente das deficiências que têm – explica Luciano Mallmann, ator e produtor do espetáculo.

Dirigida por Liane Venturella, a montagem já é considerada um dos destaques do ano e foi selecionada para a programação oficial da próxima edição do Porto Alegre em Cena. O projeto é singular: um monólogo criado e interpretado por um ator paraplégico. As histórias abordam temas universais e garantem a identificação direta com o público.

Em cena, ficção e realidade se misturam. Luciano Mallmann interpreta depoimentos ficcionais de cadeirantes – homens e mulheres. O ator mesclou experiências pessoais com relatos de pessoas que tiveram lesões medulares. Em 2004, ele ficou paraplégico após uma queda durante um exercício de acrobacia área em tecido, no Rio de Janeiro.

Não há cenário, nem marcações bruscas. A peça intimista valoriza a interpretação e surpreende pela forma como o ator explora o corpo durante as cenas. A precisão dos movimentos foi um elemento fundamental para expressar as limitações físicas de cada personagem. Aí surgem em cena a modelo, o lutador, a mãe, o ator, o acrobata. Durante todo o tempo, o intérprete dialoga com o público sobre preconceito, resiliência, relações entre pais e filhos, relações amorosas, suicídio e gravidez. Um mosaico sobre a diversidade humana.

Não é a primeira vez que o ator sobe aos palcos depois que se tornou paraplégico. Em 2011, ele interpretou o protagonista de A Mulher Sem Pecado, de Nelson Rodrigues. Pela montagem, levou o Prêmio Açorianos de Melhor Produção. Em Ícaro, a iluminação de Fabrício Simões e a trilha sonora de Monica Tomasi sublimam o clima de cada uma das esquetes. O artista plástico Walmor Corrêa criou um obra que passou a ser a principal imagem do projeto gráfico.

 

SERVIÇO:

QUANDO: De 20 a 23/07, quinta-feira à domingo, às 20h. Sessão do dia 20 terá tradução simultânea em libras.

ONDE: TEATRO DA SANTA CASA (Av. Independência, 75 – Centro, Porto Alegre)

QUANTO:  Na bilheteria do teatro – R$ 40,00 (50% de desconto para estudantes, idosos e pessoas com deficiência)

INGRESSOS ON-LINE COM PREÇO PROMOCIONAL: www.entreatosdivulga.com.br e www.eventicket.com.br -R$ 28,80 (50% de desconto para estudantes, idosos e pessoas com deficiência)

FICHA-TÉCNICA:

Dramaturgia e atuação: Luciano Mallmann

Direção: Liane Venturella

Trilha Sonora: Monica Tomasi

Iluminação: Fabrício Simões

Preparação Vocal: Ligia Mota

Fotografia: Fernanda Chemale

Produção: Luciano Mallmann

O ATOR:

Luciano Mallmann iniciou sua trajetória na Cia. das Índias, dirigido por Zé Adão Barbosa em 1991. Participou dos espetáculo A Gata Borralheira (1991), Ai de ti, Dorothy Parker (1992), O Despertar da Primavera (1993) e Love Hurts (1996).

O ator mudou-se para o Rio de Janeiro em 1996, quando participou da Oficina de Atores da Rede Globo e do espetáculo  A Dama do Cerrado, de Mauro Rasi. Também integrou o elenco de Sweet Charity Pocket Show (1998), Rock Horror Picture Show (1999) e Rio´s Cabaret Musical (2000) – todos dirigidos por Carlos Leça. Luciano atuou ainda em Ela Brasil (2001 – direção de Ignácio Coqueiro), Os Duelistas (2001 – Jorge Fernando), Sonhos de Einstein (2004 – Cláudio Coqueiro, da Intérprida Trupe) e O Circo Fantástico (2004 – Fábio Florentino).

Em 2004, sofreu uma lesão medular passando a usar cadeira de rodas. Foi quando voltou a morar em Porto Alegre. Em 2011, produziu e atuou em A Mulher Sem Pecado, de Nelson Rodrigues e com direção de Caco Coelho. O espetáculo foi indicado a todas categorias do Prêmio Açorianos, vencendo as estatuetas de produção, atriz e cenografia e espetáculo pelo júri popular.

No cinema, atuou nos curtas-metragens O Caso do Linguiceiro (1995), de Flávia Seligman, e Bola de Fogo (1996), de Marta Biavaschi, e no longa Bio (em fase de finalização), de Carlos Gerbase.

Em TV, participou das novelas Mandacaru (1997), dirigida por Walter Avancini na extinta TV Manchete e Meu Bem Querer (1998), direção de Marcos Paulo na TV Globo.

A DIRETORA

Liane Venturella dirigiu os espetáculos Circo Minimal (2001), Odoya, Xire das Águas (2008) e Louça Cinderella (2010) para Cia. Gente Falante; O gordo e o magro vão para o céu (2009), de Paul Auster, para a Cia In.Co.MO.De-Te;  Um Verdadeiro Cowboy (2011) para oDepósito de Teatro; Corsário Inversos (2013) para o grupo Mosaico; A Farsa do Advogado Pathelin (2014) para o grupo Hora Vaga;  Tempo de Sonhar (2015), do Vocal Mandrialis; Salão Grená e Portal de Partidas (2015) para a Cia. Municipal de Dança de Porto Alegre; A Saga do Homem Comum (2015) para a banda Capitão Rodrigo; Brechó da Humanidade (2016) para Rudinei Morales; Marcela Fenay (2016), solo da bailarina Andrea Spolaor; Cantos de Linho de Lã (2016) e O Jardineiro dos Pensamentos (2016) para o Grupo Hora Vaga, de Garibaldi.

Como atriz atuou em mais de 20 espetáculos teatrais, 10 filmes e em diversos trabalhos para televisão.

 

Por: Léo Sant´Anna