Fim de semana tem Cida Moreira no Café Fon Fon com todo o seu ecletismo

Dentro da proposta de trazer grandes nomes da cena musical brasileira a Porto Alegre, o Café Fon Fon recebe CIDA MOREIRA nos dias 3 e 4 de março próximo, sexta-feira e sábado, às 21h20min. A cantora, atriz e pianista apresenta aos gaúchos seu mais recente trabalho, o espetáculo Soledade Solo, no qual exibe um repertório eclético, que reúne nomes consagrados da música brasileira e internacional, ao lado da nova geração de compositores, em interpretações singulares, nas quais se impõe a personalidade da atriz. As reservas podem ser feitas pelo fone (51) 998807689.

É a própria Cida Moreira quem explica, de forma poética, o que pretende imprimir em Soledade Solo: – Falar sobre cantar canções… e gravar canções… e viver canções… tarefa de responsabilidade difusa, no meio de tudo que um artista pode realizar como seu. Num dia de 2015, em plena fase de gravação de SOLEDADE, a soledade brasileira que estava entranhada em mim, fiz um show descompromissado na nossa linda Casa de Francisca. Este show foi gravado e filmado por Murilo Alvesso e Césinha. Passou o tempo… SOLEDADE estreou, embelezou, justificou meu espanto brasileiro, ampliou meu amor por este país.

Depois de um breve espaço de tempo, ouvindo as gravações acompanhada de um amigo, foi tomada de um novo sentimento:  – (…) ficamos perplexos e encantados com tudo que ali estava cantado… um estado poético e musical, um sentimento de soledade pessoal, referenciado em canções que não entraram no SOLEDADE; e outros muitos sentidos vindos da memória, da poesia, de uma viagem antiga pelas cidades, pelos amores, pelas grandes referências a um estado de alma feminino, de uma artista que em tudo canta um Brasil profundo, e suas experiências estéticas e gostos pelo contundente, pelo estranho, pelo radical, pela palavra rasgada no piano solitário e na voz de uma mulher que acredita que cantar canções traz pra dentro de sua vida um sentido, um fio precioso, capaz de costurar qualquer tecido; esburacados tecidos que somos nós, com nossas lembranças, nossas ideologias e sonhos, cumpridos ou não debaixo deste céu, através dos ventos que levam tudo; só nos deixando a poesia, dona de mim.

No repertório do show, Cida interpreta Milton Nascimento (A Última Sessão de Música), Caetano Veloso (Cajuína e Recanto Escuro), Belchior (Hora do Almoço), Arthur Nogueira e Dand M (Preciso Cantar), Chico Buarque (Querido Diário), João de Aquino e Paulo César Pinheiro (Viagem), Leonard Cohen (Chelsea Hotel), além de Marianne Faithfull e Angelo Badalamenti (She), Tom Waits (Anywhere I lay my head), Roger Fernay e Kurt Weill (Youkali Tango), entre outros.

SOBRE CIDA MOREIRA

Cida Moreira (São Paulo, 1951) estreou nos palcos brasileiros na década de 1970. Seu primeiro trabalho musical, “Summertime”, independente e ao vivo, foi lançado em 1981, com clássicos do jazz e do blues, além da versão censurada de “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque. Cantora, pianista e atriz, lançou dez álbuns, dentre os quais “Cida Moreira interpreta Brecht” (1988), “Cida Moreira canta Chico Buarque” (1993) e “A Dama Indigna” (2011). Ganhou o prêmio de Melhor Atriz pelo filme “O Que Se Move” (2013), no Lakino Film Festival, em Berlim.

 

REPERTÓRIO

01 – A ÚLTIMA SESSÃO DE MÚSICA – Milton Nascimento

02 – CAJUÍNA – Caetano Veloso

03 – HORA DO ALMOÇO – Belchior

04 – RECANTO ESCURO – Caetano Veloso

05 – PRECISO CANTAR – Arthur Nogueira e Dand M

06 – QUERIDO DIÁRIO – Chico Buarque

07 – VIAGEM –  João de Aquino e Paulo César Pinheiro

08 – A BEIRA DO PANTANAL – Raul Seixas

09 – TANGO DOS AÇOUGUEIROS FELIZES – Boris Vian, versão Letícia Coura

10 – FORTÍSSIMO – Michael Wertmüller

11 – CHELSEA HOTEL – Leonard Cohen

12 – FORASTEIRO – Helio Flanders e Thiago Pethit

13 – SHE – Marianne Faithfull e Angelo Badalamenti

14 – ANYWHERE I LAY MY HEAD – Tom Waits

15 – TEXTO – Bertolt Brecht

16 – YOUKALI TANGO – Roger Fernay e Kurt Weill

CIDA MOREIRA FALA SOBRE CADA CANÇÃO

A ÚLTIMA SESSÃO DE MÚSICA

Memória recorrente do ambiente de um bar onde uma música ao fundo transforma aquele lugar em beleza sensível, para quem quiser ser tocado pela música.

CAJUÍNA

Simples como a pergunta que persiste: existirmos a que será que se destina? O primeiríssimo mote de SOLEDADE.

HORA DO ALMOÇO

A dureza da palavra de Belchior, ilustrando tão bem uma cena humana e aparentemente banal. O que vem de dentro daquilo que se sabe, mas não se diz.

RECANTO ESCURO

Um mulher que canta para viver e vive para cantar, passeando por seu destino e se refletindo, sem medo…

PRECISO CANTAR

Mais um lado da mesma face… a necessidade de se expressar e sonhar com um destino que seja só seu…

QUERIDO DIÁRIO

Uma crônica da poesia que se pode extrair de um cotidiano percebido em sua grandeza e pequenez, transformada em poesia.

VIAGEM

Um andarilho chegando à sua casa e mostrando a canção dizendo: eu compus! E depois a surpresa, o acalanto, a delicadeza dessa viagem destinada a ser um reencontro, uma reflexão, um devir…

A BEIRA DO PANTANAL

Espantosamente revelada… malditamente bela… despudoradamente brasileira… na beira do pantanal uma dor a ser purgada na poesia.

TANGO DOS AÇOUGUEIROS FELIZES

Uma sátira portentosa… uma ironia estarrecedora… uma estória teatral, cruel, catártica…

FORTÍSSIMO

Uma lembrança adolescente trazida pela memória, uma força implícita no desejo do amor que se mantém a vida toda.

CHELSEA HOTEL

O encantamento por uma história real, num outro tempo, onde se podia dizer: somos feios, mas nós temos a música. Maior fidelidade a isso não há.

FORASTEIRO

Vindo de SOLEDADE, este lamento elegante de dois compositores importantes das novas gerações que perguntam: por onde é que andaremos?

SHE

Eu e Marianne Faithfull… ela e eu. Simbiose, fantasia, long and widding road, esta mulher se colocando como uma doída fortaleza, amparada nas palavras de Shakespeare, de presente para mim…

ANYWHERE I LAY MY HEAD

O aprendizado que vem da tristeza e do desejo de descansar de sua vida, sabendo-se dono de seu destino, podendo voltar pra casa, com as lições da vida enfrentadas.

YOUKALI

O sonho, a ilusão consentida e amparada no desejo de que um novo mundo seja possível, mundo este contido nas palavras de Bertolt Brecht, buscado nos maiores, melhores, mais e mais livres espaços do sonhado.

 Mais informações em: http://www.cidamoreira.com/

 SERVIÇO:

O QuêCida Moreira no show Soledade Solo

Quando: Dias 3 e 4 de março de 2017, sexta-feira e sábado, às 21h20min

Onde: Café Fon Fon (Rua Vieira de Castro, n° 22, Farroupilha), Porto Alegre

Quanto: Couvert artístico ao preço de R$ 35,00

Por: Silvia Abreu