Grupo Trilho segue em cartaz com “Enfim Sós – Uma tragicomédia clownesca” no Teatro Bruno Kiefer

Foto: Natasha Mota

Segue em cartaz no Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana, o espetáculo Enfim Sós – Uma tragicomédia clownesca”, do Grupo Trilho. A temática amor versus solidão está no centro da discussão desta montagem que utiliza a linguagem do clown (palhaço) para falar de temas caros ao ser humano. Dirigida ao público adulto, a peça foi contemplada com o Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo 2014, do Ministério da Cultura, e cumprirá temporada de quinta a domingo, às 20h, até o dia 19 de julho. Nas quintas-feiras, as apresentações tem entrada franca, mediante doação de gêneros alimentícios ou produtos de limpeza para Casa do Artista Rio-Grandense. Nos demais dias, o preço será de R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada).

Foto: Natasha Mota
Foto: Natasha Mota

Com atuações de Fábio Castilhos e Melissa Dornelles, tendo como diretora convidada Luciane Olendzki e assistência de direção de Giovanna Zottis, a dramaturgia foi construída a partir das improvisações dos atores e de relatos biográficos de histórias de amor, coletadas na pesquisa realizada com os moradores do Lar Maria de Nazaré, da Associação de Cegos Louis Braille (ACELB) e na atividade “Amor (re)partido” – uma ação performática na Usina do Gasômetro, que coletou relatos e histórias de amor, de pessoas que voluntariamente queriam compartilhar, improvisados pelos atores/palhaços e os músicos responsáveis pela trilha sonora do espetáculo.

Se em “Umbigo” (2014), apresentado em ruas e parques do Brasil e do Chile, o grupo fazia uma ácida crítica à sociedade contemporânea, a partir do comportamento egoísta do indivíduo em relação ao grupo, em “Enfim Sós” o alvo é a relação a dois. Neste aspecto, o casamento é tomado como ambiente emblemático, onde sentimentos intensos e controversos são partilhados, em constante tensão.

Segundo Luciane Olendzki, “a escolha do tema vai ao encontro da pesquisa de linguagem sobre o tragicômico na cena clownesca, tema de minha pesquisa e trabalho. Isto possibilitou ao grupo investigar a intersecção e os tensionamentos entre o trágico e o cômico, tendo como temática-base o amor”, explica a diretora. Desde a criação do espetáculo “Baú – Lembranças e Brincanças”, o grupo vem buscando construir uma dramaturgia própria e o faz de forma obstinada, há cerca de 04 anos.

Programação
Uma extensa agenda de atividades voltadas para a comunidade está em curso, visando compartilhar as experiências adquiridas ao longo do processo de construção do espetáculo. Nos dias 12 de julho e 18 de agosto ocorre a Saída de Emergência e ainda será oferecido o Workshop Vivencial de Clown, em duas datas a serem informadas: uma em julho e outra em agosto..

Sobre o Grupo Trilho
O Grupo Trilho de Teatro Popular está comemorando em 2015 nove anos de estrada, tendo criado e produzido, de forma contínua, números e espetáculos de palhaços, realizando saídas de campo em diversos locais de Porto Alegre, oferecendo vivências e oficinas de formação. O trabalho em palhaçaria se fortaleceu a partir da chegada, no ano de 2013, da atriz e palhaça Melissa Dornelles, que percorreu uma trajetória de pesquisa na linguagem do palhaço desde o início de sua carreira teatral em 1998. Melissa passou a integrar o Grupo dirigindo o espetáculo infantil solo de palhaço, com atuação de Daniel Gustavo: “O Homem Mais Sério do Mundo”. Este trabalho participou do circuito regional do SESC, cumprindo mais de 20 apresentações em 06 cidades, além de ter participado da 9º edição do Palco Giratório Porto Alegre.

O Grupo Trilho fomenta a arte da palhaçaria também dentro do Projeto Usina das Artes, realizando a “Saída de Emergência”, que é uma oficina gratuita, seguida de um passeio dos palhaços participantes pela orla do rio Guaíba em performance e interação com o público. Em várias edições, realizadas desde fevereiro de 2014, já passaram por esta vivência cerca de cem pessoas, a maioria sem nenhuma experiência prévia com palhaço.

Atualmente, composto por 06 atores e 02 músicos, realiza espetáculos, esquetes, intervenções cênicas e oficinas. A principal referência e influência de pesquisa é o dramaturgo e teatrólogo alemão Bertolt Brecht. Através de elementos e conceitos pensados por Brecht, o Grupo define sua busca por um teatro popular e transformador.

Por: Silvia Abreu