Silvia Wolff apresenta o solo “Pena” no Teatro Olga Reverbel nesta quarta-feira (5)

Foto: Bruna Bertoldo

Nesta quarta-feira, dia 5, a bailarina Silvia Wolff apresenta no Teatro Olga Reverbel o solo de dança “Pena”. O espetáculo traz à cena a história de corpo de uma artista que, após uma trajetória de destaque nas companhias Berlin Opera Ballet e Pennsylvania Ballet, revisita sua própria existência e lida com a estética habilista na dança.

Formada pela School of American Ballet e pela Jorey Ballet School, ambas de Nova York, Silvia construiu uma carreira marcada pelo rigor técnico e pela delicadeza do movimento. Sob a direção de Flávio Campos, “Pena” lança mão de procedimentos de criação do Balé Possível, resultado de sua investigação em pós-doutorado na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa — pesquisa que a artista segue desenvolvendo como professora da graduação em Dança da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e em projetos internacionais com pessoas com e sem deficiência.

Aos 34 anos, no auge da carreira, Silvia sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que lhe deixou sequelas. Neste retorno aos palcos, ela confronta os significados simbólicos e ideológicos do corpo deficiente, propondo um olhar sobre o balé contemporâneo não como estilo, mas como um espaço para celebrar o vulnerável, reconstruir ideais de perfeição e provocar novas leituras sobre o que é belo, potente e possível.

O título “Pena” nasceu de uma experiência pessoal. “Fui com um amigo ao teatro assistir a um espetáculo de dança e encontramos uma amiga de infância. Ao me ver caminhando com as dificuldades pós-AVC, ela exclamou: ‘Que pena, né? Tu eras tão bonita!’. ‘Pena’ surge, então, como ideia de criação cênica que dialoga com a estética habilista do belo, do perfeito e do ideal — conceitos ainda tão presentes no universo do balé. Além dos múltiplos sentidos da palavra, há também a relação simbólica com a figura do cisne, marcante na minha trajetória”, recorda Silvia.

Para a artista, o espetáculo é um convite à reflexão:

Propomos repensar a perfeição, a beleza e os ideais corporais, compreendendo que rever esses conceitos é essencial para recriarmos a dança e a poética da cena na contemporaneidade. Devemos confrontar os significados simbólicos e ideológicos do corpo deficiente em nossa cultura”, afirma, citando a bailarina e coreógrafa Ann Cooper Albright: “Ao ver corpos deficientes dançando, podemos perceber que, embora uma apresentação de dança seja baseada nas capacidades físicas de um bailarino, ela não é limitada por estas.” 

SERVIÇO

  • 📅 Quando: 5, quarta-feira, às 20h
  • 📍 Onde: Teatro Oficina Olga Reverbel (Rua Riachuelo, 1089)
  • 🎫 Ingressos: a partir de R$ 15
  • 🔗 Venda antecipada: Clique aqui para comprar