Djavan apresenta o show “Vesúvio” para um Auditório Araújo Vianna lotado

Djavan chegou na noite desta quarta-feira, dia 26, à Porto Alegre com a turnê “Vesúvio”, iniciada em março, no Rio de Janeiro. Depois de temporadas em Belo Horizonte, Rio e São Paulo, o alagoano apresentou seu novo álbum para um Auditório Araújo Vianna lotado (com ingressos esgotados, segundo a produção do cantor – havia apenas ingressos para ficar em pé nas laterais do auditório).

O cantor entrou dançando no palco às 21:15 com ‘Viver é Viver’, música do novo álbum e que de cara já apresenta as principais características da obra de Djavan nestes mais de 45 anos de carreira: letras sofisticadas, groove dançante e metáforas para dizer o que tem que ser dito.


Na sequência veio ‘Eu te Devoro’ (1998) – que se tornou clássico após estourar com o disco “Ao Vivo – vol. 1 e vol. 2”, de 1999 e levantou a galera das cadeiras pela primeira vez. Depois vem ‘Topázio’ (1984) e ‘Solitude’, canção que a plateia ouviu num silêncio comovente e aplaudiu com muito fervor umas das mais fortes letras do novo disco.

Djavan traz ao seu repertório dois clássicos: ‘Nuvem Negra’, imortalizada por Gal Costa na década de 90 e nunca gravada pelo autor; e ainda ‘Esquinas’ que ele voltou a cantar em suas turnês depois de 20 anos. ‘Cigano’ também vem nesse embalo, clássicos que retornam ao setlist.

Durante este show o músico perpassa fases da sua obra em que a sua forte conexão com a natureza ganha ênfase e um roteiro musical bastante especial no espetáculo. Colocando em evidência um dos seus hobbies preferidos: plantar e cuidar de suas flores. Ele conta estórias e solta uma sequência em que enaltece a flora que tanto bem faz a ele: ‘Madressilva’, ‘Orquídea’ e o hino ‘Flor de Lis’, cantado a plenos pulmões pelo público. A música ‘Orquídea’ ele letrou com os nomes em latim das mais variadas espécies dessa flor (que, segundo ele, cultiva a 15 anos em seu sítio). O que pra muitos de nós pode soar uma letra estranha, para ele tem um valor sentimental bem grande.

E, por um certo toque sobrenatural, depois de um mês de junho seco e de muito calor, a capital gaúcha apresentava uma noite típica de inverno e fez com que a música ‘Nem um Dia’ caísse como uma luva no embalo dos casais presentes: “Um dia frio, um bom lugar para ler um livro. E o pensamento lá em você. Eu sem você não vivo…”

Pronto! Mais de uma hora de show havia se passado. Músicas novas apresentadas. Clássicos resgatados. Histórias contadas. Tá na hora de botar essa galera pra cantar junto! Depois de apresentar a música que dá nome ao disco e à turnê, Djavan convocou a plateia a vir para a frente do palco: “Tirem essas grades que nos separam e venham para bem próximo de
mim. Vamos nos tocar.”, disse ele, sendo atendido prontamente por centenas.

Uma fileira de hits e clássicos foi apresentada. Nove canções (incluindo as 4 do bis) em que todos cantaram e espantaram a saudade de ouvir a voz marcante, do carisma e do gingado de Djavan nos palcos gaúchos. As dançantes ‘Se’ e ‘Sina’; as românticas ‘Oceano’ e ‘Um Amor Puro’; e para finalizar com maestria, ‘Lilás’ e ‘Seduzir’.

Foram duas horas de show e 27 músicas executadas. Um set um pouco maior do que vem sendo apresentado na tour, que segue agora para Curitiba, Joinville e Jaguariúna, no interior de São Paulo. Em novembro ele embarca para a Europa: Portugal e Inglaterra irão assistir ao novo show.

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