Tribalistas estreia em Porto Alegre com show emocionante

Foto: Tony Capellão

A chuva torrencial que caiu em Porto Alegre na tarde desta sexta-feira (24) assustou, mas não afastou o público do primeiro show dos Tribalistas na capital gaúcha. Com 16 anos de história, o trio formado por Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown levou ao palco do Anfiteatro Beira-Rio toda a afinação e maturidade da parceria, revisitando sucessos dos discos de 2002 e 2017. Até a Lua, que apareceu entre as nuvens, parecia ter expulsado a chuva para assistir à apresentação.

Ovacionados ao subir ao palco, os Tribalistas abriram o show com a canção homônima, seguida de “Carnavália”, para delírio da plateia. “Um Só” foi a primeira faixa do segundo disco a surgir no setlist.

Quem imaginou que ouviria apenas composições do trio se surpreendeu. Clássicos das carreiras de Marisa Monte e Arnaldo Antunes também marcaram presença. Entre os destaques, “Vilarejo”, “Não é Fácil” e “Amor I Love You”, de Marisa; e “Paradeiro” e “Sem Você”, de Arnaldo.

Os dois álbuns lançados pelo grupo foram amplamente representados. O primeiro, de 2002, teve 12 músicas no repertório, incluindo “Velha Infância”, “Passe em Casa”, “É Você” e “Anjo da Guarda”. Já o disco de 2017 trouxe sete faixas, entre elas “Aliança”, “Diáspora” e “Trabalivre”.

Um dos momentos mais emocionantes da noite foi “Depois”, sucesso de Marisa Monte. O trio pediu ao público que acendesse as lanternas dos celulares, formando uma constelação artificial no anfiteatro. Logo depois, a nostalgia tomou conta do público com “Já Sei Namorar”, que colocou todo mundo para cantar e dançar.

Após o set principal, o trio deixou o palco e voltou para o bis, repetindo “Velha Infância” e “Tribalistas”. O encerramento reafirmou a força do repertório e a habilidade do grupo de transitar entre canções lançadas com 15 anos de diferença sem causar estranhamento.

O cenário também foi um espetáculo à parte. Assinado por Batman Zavareze, trazia imagens, vídeos e efeitos especiais que criavam um ambiente de sensibilidade, romantismo e poesia. A banda — Dadi Carvalho (baixo, guitarra, bandolim e teclados), Pedro Baby (violão e guitarra), Marcelo Costa (bateria) e Pretinho da Serrinha (percussão) — acompanhou o trio com precisão e elegância. A direção geral foi de Leandro Neto.