Royal Blood pode salvar o Rock!

Era 17h, quinta-feira (22), e eu chegava na nublada São Paulo. Levei quase 2 horas para ir até o hotel e depois de instalado comecei a pensar em o que faria para passar a noite paulistana, véspera de Lollapalooza. Vi que tinha Royal Blood a poucos metros de onde estou, no famoso Cine Joia. Mas não tinha o ticket.

Bom, eu tinha um ingresso pro Onix Day (evento que reuniu Wiz Khalifa, Liam Gallagher e LCD Soundsystem), mas não daria tempo de ir até Interlagos. Então cavei toda internet procurando por alguém que trocasse pelo Royal Blood. E encontrei!

Fui para o Cine Joia, chegando lá um público de mais ou menos 800 pessoas aguardavam ansiosamente pelo duo britânico. Passada algumas horas, às 21h40 começa a tocar “Down in Mexico“, do grupo soul The Coasters. Era o início da noite britânica ao lado do Royal Blood.

Diretamente de Brighton, na Inglaterra, Mike Kerr (mancando) e Ben Thatcher subiram ao palco vestindo uma regata preta. Um baixo elétrico totalmente barulhento e uma bateria perfeita, esse é o Royal Blood, que torna a apresentação ao vivo em um disco de estúdio.

Com apenas 5 anos na estrada, o Royal Blood já conseguiu atingir grandes mentes. Artistas como Dave Grohl, Tom Morello, Metallica e o lendário guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page já demonstraram grande interesse pela banda. Saindo da turnê da América do Sul, eles vão aos Estados Unidos excursionar ao lado do Queens of the Stone Age.

Mas por que tanto elogio em cima dessa dupla? Porque eles fazem o básico, sabem tocar muito bem, canções com riffs marcantes e conduzem a plateia de um jeito que não tem como ficar parado. Aliás, são apenas dois discos na bagagem: ‘Royal Blood’, lançado em 2014, e ‘How Did We Get So Dark?’, lançado em 2017.

O som é fácil de descrever, um rock de garagem pegado com stoner rock, hard rock e o blues rock. Mike canta pra caramba, não enrola e manda o show direto (sem falatório e sem falar que ama o Brasil), ele também comanda cada toque da apresentação. Ben não mostra muito os dentes, mas no final foi pra galera e fez o Cine Joia ferver. A apresentação só tem um defeito: ser curta demais, apenas 1h20.

Resumindo, o Royal Blood é tudo que o rock precisa: energia, profissionalismo e atitude. E sim, o duo britânico pode salva-lo. Escute a banda!

Hoje eles voltam aos palcos com um show no Lollapalooza, a partir das 16h.