Multipalco do Theatro São Pedro deverá ter o nome de Eva Sopher

O Multipalco do Theatro São Pedro deverá levar o nome de Eva Sopher, presidente da Fundação que mantém o teatro, que morreu na noite de quarta-feira (7), em Porto Alegre.  De acordo com comunicado, a homenagem será consolidada após os atos fúnebres. “Não há outro nome que não seja o dela, que reconstruiu o Theatro São Pedro. O próprio conselho já acalentava essa ideia e agora é motivo de satisfação ver a proposição do governo do RS, através da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer”, diz o presidente da Associação dos Amigos do Theatro São Pedro, José Roberto Dinis de Moraes.

O secretário da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Victor Hugo, iniciou as tratativas para formalizar o encaminhamento da proposta ao Theatro, juntamente com a AATSP e familiares. “É uma homenagem para eternizar o nome de Eva Sopher de forma definitiva ao Multipalco e ao Theatro São Pedro”, reforçou.

Eva Sopher morreu aos 94 anos, no Hospital Moinhos de Vento, em decorrência da falência múltipla dos órgãos e parada cardiorrespiratória. Ela tinha 94 anos.

Alemã de família judia, Eva se mudou para o Brasil, onde desembarcou ainda criança, para fugir do nazismo. Em 1975, foi chamada para coordenar a restauração e reconstrução do Theatro São Pedro, que dois anos antes havia sido fechado devido à falta de segurança no prédio – o teatro funcionava desde 1858, quando Porto Alegre tinha cerca de 20 mil habitantes.

Em 1984, o teatro foi reaberto e, desde então, segue com programação intensa, graças ao esforço de Eva e da Associação dos Amigos do Theatro São Pedro. Depois da reconstrução, Eva seguiu à frente da administração, e passou a dedicar-se ao Multipalco, projeto iniciado em 2003 de um novo espaço, que já conta com mais 18 mil m² de área construída.

Em 2015, Eva Sopher disse durante entrevista que, mesmo depois de fazer 85 anos, continuou frequentando diariamente o teatro – apesar de não ter as mesmas atribuições de quando era mais jovem. “Hoje em dia eu me considero mais ou menos o cartão de visita da casa, porque todo mundo quer uma palavra, alguma entrevista, alguma notícia, então eu mais ou menos, hoje em dia não fico mais na programação. Se houver alguma dúvida, evidentemente, estou às ordens. Mas antigamente eu fazia tudo”, contou, na ocasião.