Beautiful Night: Uma noite incrível com o U2 em São Paulo

A chuva que caia sobre a cidade de São Paulo durante todo domingo (22), não foi capaz de amedrontar as mais de 55 mil pessoas que foram até o Estádio Morumbi para acompanhar o terceiro show da turnê The Joshua Tree, do U2, na capital paulista.

Antes, o músico e co-fundador do Oasis, Noel Gallagher abriu o show. Ele tocou por 50 minutos e mostrou algumas canções de sua carreira solo com os High Flying Birds, como a novíssima “Holy Mountain”, e clássicos de sua ex-banda, como “Champagne Supernova”, “Wonderwall” e “Don’t Look Back in Anger”. Sempre de cara amarrada, Noel soltou alguns ‘obrigado’ em português e lembrou-se dos jogadores brasileiros que jogam no seu time , o Manchester City, especialmente de Gabriel Jesus. O icônico guitarrista conseguiu botar a galera para cantar, mesmo com meia parte do estádio apenas ouvindo o show, já que apenas uma parte do gigantesco telão foi disponibilizada e ficava do lado direito do palco.

Passado o show de Noel, o público teve que esperar mais de 30 minutos para assistir o U2. Os músicos subiram ao palco às 21h20, com 20 minutos de atraso, ao som de “The Whole of the Moon”, do The Waterboys. Um show que começa com “Sunday Bloody Sunday” já merece todo o respeito de cara, e foi isso que aconteceu o público ao delírio quando ouviram a intro com a bateria. E a porrada de hits não parou por aí, na sequência veio “New Year’s Day”, “Bad” e “Pride (In the Name of Love)”. Tudo isso no ‘palco b’, que refletia a famosa arvore da capa do Joshua Tree.

Dadas as devidas apresentações, agora foi a vez de o aniversariante entrar em cena. Era a vez do famoso disco de 1987, The Joshua Tree, ser tocado na integra para um Morumbi abarrotado de gente. O gigantesco telão foi ligado e ficou todo vermelho, a banda apareceu como silhueta e tocaram os primeiros acordes de “Where the Streets Have No Name”.  As incríveis “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “With or Without You”, vieram em seguida e colocaram todo mundo para cantar.

Algumas músicas do disco, como “Bullet the Blue Sky”, “Running to Stand Still”, “Red Hill Mining Town” e “Exit” deixaram o show meio morno. Muitas pessoas não conheciam estas faixas, apenas quem é fã de longa data cantou nesta parte.  “In God’s Country” e “One Tree Hill” deram um animo na galera. Antes de sair para o primeiro intervalo, a banda tocou “Mothers of the Disappeared” e arrancou lágrimas do público.

Foto: Ivan Pacheco/VEJA

Na volta, um telão todo colorido introduziu “Beautiful Day”. A sequência enérgica e arrematador foi brindada com “Elevation”, onde Larry Mullen Jr. repetiu a camisa com as frases ‘’censura nunca mais’’, e “Vertigo”. Esta parte foi um dos pontos mais altos do show, todo mundo pulou e cantou, não teve ninguém que ficou parado.

Após o segundo intervalo, os irlandeses voltaram com o novo single, lançado em setembro, chamado “You’re the Best Thing About Me”, que parece já ter conquistado os coração de alguns fãs. Em “Ultraviolet (Light My Way)”, a banda faz uma homenagem a algumas mulheres que de alguma forma estão envolvidas com causas sociais. No telão apareceu imagens das brasileiras Taís Araújo, Maria da Penha, Irmã Dulce e Conceição Evaristo, além de Michele Obama, Madre Teresa de Calcutá, entre outras.

Antes de tocar “One”, Bono pede união aos brasileiros e diz que um dia teremos políticos que nos mereçam e respeite. Com alguns trechos de “Invisible”, a clássica canção do disco Achtung Baby encerrou a apresentação. Bono, Edge, Adam e Larry se despediriam do público com uma gigantesca bandeira do Brasil no telão.

Um grande show, de uma grande banda. Sempre preocupados com causas sociais e política, o grupo fez questão de transmitir a sua opinião para os brasileiros. No telão apareceram as cores do arcos Iris, que representa a bandeira LGBT, na camisa de Larry Mullen a frase ‘censura nunca mais’ e no discurso sempre as palavras ‘sonho’ e ‘união’.

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