Paul McCartney encanta Porto Alegre, pela segunda vez, com show antológico

Depois de 7 anos, desde a sua primeira apresentação em Porto Alegre, Paul McCartney estava de volta à capital dos gaúchos. Com o Estádio Beira Rio lotado por mais de 50 mil pessoas, o ex-Beatles subiu ao palco às 21h em ponto com uma chuva fraca pairando sobre o local.

Antes o músico gaúcho Frank Jorge foi quem abriu o show histórico que estava por vir. Bastante emocionado, Frank fez uma apresentação envolvente e colocou a plateia para cantar com músicas como “Amigo Punk” e “Sob Um Céu de Blues”.

O SHOW                                                      

Paul subiu ao palco com uma jaqueta de militar azul forte, beirando ao cinza, e esbanjando sorrisos e acenos. A primeira foi “A Hard Day’s Night”, tocada pela primeira vez, ao vivo, no Brasil. Essa já bastou para Macca, apelido usado pelos fãs, conquistar a plateia.

A primeira fala veio depois de “Can’t Buy Me Love”, Paul disse em português, “Boa Noite, Brasil!” e “É bom estar de volta”. O estádio veio abaixo com tamanha simpatia do músico. Na sequência ele tocou “Jet”. Em seguida largou o seu famoso baixo Hofner e pegou uma Les Paul colorida para tocar “Let Me Roll It”, com uma jam da música ‘Foxy Lady’, do Jimi Hendrix. Ele finalizou a sequência da guitarra com “I’ve Got a Feeling”.

Agora no piano, Paul começa a tocar “My Valentine”, com imagens de Johnny Depp e Natalie Portman no telão. Ainda deu tempo para tocar “Nineteen Hundred and Eighty Five”, um dos clássicos do Wings, e “Maybe I’m Amazed”, uma das músicas mais emocionantes do setlist.

Com o violão, McCartney manda 7 músicas. Entre elas “In Spite of All Danger”, o primeiro single da carreira de Paul quando ele tocava no grupo The Quarrymen, junto com John Lennon e George Harrison. Outros clássicos dos Beatles como “You Won’t See Me”, “Love Me Do” (dedicada a George Martin), “We Can Work in Out” e “And I Love Her” também tiveram espaço nesse momento acústico e nostálgico do show. Um dos momentos emocionantes, foi quando Paul subiu num espaço elevado em frente ao palco e cantou com “Blackbird” e  música escrita para Lennon: “Here Today”. Essas duas arrancaram lágrimas do público.

Dessa vez com um piano elétrico, Macca apresenta duas músicas do seu último disco de estúdio, New. As escolhidas foram “Queenie Eye” e “New”. “Lady Madonna” encerrou a primeira apresentação do piano psicodélico. De volta ao violão, Paul segue apresentando músicas recentes e toca “FourFiveSeconds”, gravada em parceria com Kanye West e Rihanna. Depois veio a vovó “Eleanor Rigby”.

De volta ao Hofner, Paul coloca todo mundo para dançar com “I Wanna Be Your Man”, que foi gravada na voz de Ringo Starr. “Beign for the Benefit of Mr. Kits, um dos lados B dos Beatles, também foi tocada. Agora com o ukelele, Macca começa as homenagens para seus falecidos colegas de banda. A primeira é para George Harrison, com “Something”, e a segunda é para John Lennon, com uma sequência de “A Day in The Life” e “Give Peace a Chance”.

Após as homenagens emocionantes foi a vez de cantar a alegria com uma sequência de “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Band on The Run” e “Back in the U.S.S.R”. Uma sequência arrematadora.

Com o primeiro set se aproximando do final, foi a vez de Paul voltar para o piano e tocar a clássica romântica “Let It Be”, a plateia respondeu formando um lindo mosaico de lanternas. A explosão de “Live and Let Die” anunciou a calmaria e nostalgia de “Hey Jude”. Ao som de Na Na Na Na Na, Macca se despediu do público e encerrou o primeiro set.

De volta ao palco, a melódica “Yesterday” encheu os corações dos gaúchos de amor. A reprise de “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band” homenageou o disco de mesmo nome que completa 50 anos em 2017. A trigésima quinta música do setlist foi “Helter Skelter”, dando um tom mais eletrizante para a apresentação.

Antes de tocar “Birthday”, Paul chamou algumas fãs no palco e interagiu com elas, para deliro do público. Após isso, ele foi para o piano e agradeceu o público pelo carinho. Então começou a tocar o medley “Golden Slumbers”, “Carry That Weight” e “The End”. Encerrou a apresentação às 22h50, foram mais de 2h50min de show, prometendo voltar a Porto Alegre.

Com 75 anos, Paul McCartney mostrou vitalidade e simpatia durante quase três horas de show, sem tomar uma água e nem usar playback. Ele arriscou palavras em português e mandou um ‘tri bom’ no meio do show. Este é o verdadeiro “mito vivo” do Mundo. Vida longa à Paul McCartney e à toda obra dos Beatles.