Espetáculo “Yerma ou quanto tempo leva para transbordar um balde” estreia no Teatro Renascença

Dia 04 de agosto estreia Yerma, do Teatro Ateliê, no Teatro Renascença. Um espetáculo adulto que trata de desejos, anseios e quereres de uma sociedade que cria códigos de conduta moral e de felicidade, contada transversalmente pelas expectativas de um casal que, ao mesmo tempo, os alimenta e os devora.

Em 1934, Federico Garcia Lorca – na sua obra Yerma – falava de um universo de desejos insatisfeitos, maledicência, vergonha e ignorância. Um casal sem filhos. Suposições pessoais ou da sociedade sobre as quais existe um “culpado”, deformidades causadas por códigos de conduta ignoradas, defeitos físicos ou espirituais que o deformam. Esta universo é base e guia para a construção do espetáculo “Yerma ou quanto tempo leva para transbordar um balde”.

O que esperam de nós? O que achamos que esperam de nós? O que nós mesmos esperamos de nós mesmos? Como viver sem cumprir as expectativas? Que tamanho pode ter a frustração? Qual o limite que alcança um sofrimento?

Há um ano, o TEATRO ATELIÊ vem trabalhando sobre os temas abordados por Federico Garcia Lorca em Yerma.  Sendo um dos grupos pertencentes do Projeto Usina das Artes, este teve a oportunidade de mergulhar a fundo na investigação da obra e trazer para discussão questões fundamentais do ser humano. Com 18 anos de trabalho ininterrupto, o TEATRO ATELIÊ tem extensa pesquisa em Contação de histórias e trabalho permanente de multiplicação de expectadores – principalmente na infância e juventude – atuando em parceria com a Livraria FNAC, Editora Moderna e Câmara Riograndense do Livro. Andarilho, seu último espetáculo foi agraciado com os prêmios Tibicuera de Teatro 2016 de Melhor Espetáculo, Direção, Dramaturgia, Ator, Atriz e Cenário, sendo indicado a nove das doze categorias. No ano em que completa sua “maioridade”, o Teatro Ateliê escolhe Yerma, de Federico Garcia Lorca, para retornar à sua pesquisa em Teatro Adulto. A partir dela, cria sua história, traz suas características e deita novo e contemporâneo olhar sobre as questões humanas postos na obra.

Direção: Gustavo Dienstmann

Elenco: Áurea Baptista, Alex Limberger, Alexandre Malta, Ursula Collishonn, Valquiria Cardoso

Trilha sonora original: Arthur de Faria

Iluminador: Casemiro Azevedo

Colaboração cênica: Guega Peixotto

Colaboração coreográfica: Larissa Sanguiné

Figurino: Gustavo Dienstmann e Valquiria Cardoso

Confecção de figurino: Titi Lopes

Boradado: Elisabeth Dienstmann

Cenário: Alex Limberger

Fotografia de divulgação: Guega Peixoto

Divulgação: Liane Strapazzon

Design gráfico: Tiago Braga via Estúdio Garfo

Produção e realização: Teatro Ateliê

 

Serviço:

Espetáculo teatral “Yerma ou quanto tempo leva para transbordar um balde”

De 04 a 27 de agosto, sextas a domingos, sempre às 20h

Teatro Renascença (Centro Cultural Lupicínio Rodrigues – Av. Erico Verissimo 307, Azenha, Porto Alegre)

Duração: 80 minutos

Faixa etária: 14 anos

Ingressos: R$ 30,00 (desconto de 50% para estudantes, idosos e classe artística)

Sobre a obra de Federico García Lorca

Yerma foi escrita em 1934 e apresentada pela primeira vez no mesmo ano. É uma obra popular de caráter trágico, ambientada em Andaluzia, no início do século XX. Conta a história de um casal que segue, segundo as tradições de sua comunidade, as prescrições cotidianas do casamento – o homem empenha-se no trabalho junto ao gado e no cuidado com a terra, a mulher cuida da casa e do bem-estar do marido. Yerma deseja, como única condição de felicidade, ter um filho; no entanto, o tempo passa, a gravidez não vem e o desejo de outrora vai dando lugar à frustração. Mais do que a questão da esterilidade ou da maternidade frustrada, o que está superiormente expresso em termos poéticos e simbólicos em Yerma é a tragédia de todos os que não conseguem realizar a sua plenitude vital ou que vêem definhar o seu potencial criativo, em razão da ignorância, do preconceito, da repressão ou das forças desencontradas do destino.

Sobre o autor

O autor Federico García Lorca (1898-1936) nasceu na região de Granada, na Espanha, e levou para sua poesia muito da paisagem e dos costumes de sua terra natal. Lorca é considerado um dos mais importantes escritores modernos de língua espanhola. Por meio de sua poesia identificou-se com os mouros, os judeus, os negros e os ciganos, alvos de perseguições ao longo da História de sua região. Em 1920 estreou no teatro com a peça “O Malefício da Mariposa”. Em 1931, criou a “La Barraca”, companhia teatral ambulante que percorria as aldeias de todo o país encenando autores clássicos espanhóis como Lope de Vega e Cervantes. Tornou-se um grande dramaturgo e criou peças que ficaram conhecidas no mundo inteiro. Entre suas obras mais encenadas estão “Bodas de Sangue”, “Yerma” e “A Casa de Bernarda Alba”. Jamais deixou de manifestar aversão ao fascismo. Em 1936, ano da eclosão da Guerra Civil Espanhola, García Lorca foi preso. Fuzilado por militantes franquistas, tornou-se símbolo da vítima dos regimes autoritários.

Sobre o Teatro Ateliê

Com 18 anos de trabalho ininterrupto, o TEATRO ATELIÊ tem extensa pesquisa em contação de histórias em parceria com SESCs dentro e fora do Estado, e trabalho permanente de multiplicação de expectadores, principalmente na infância e juventude, atuando com a Livraria FNAC, Editora Moderna e Câmara Riograndense do Livro. Iniciando sua atividade em 1998, com o tempo passa a abrir pesquisas em outras técnicas, como Teatro de Rua com o espetáculo “Aqui, Ali e Acolá” e Manipulação de Bonecos. Ao longo desses anos teve mais de 5 mil apresentações. Seu mais recente espetáculo, “Andarilho”, recebeu os Prêmios Tibicuera de Teatro 2016 nas categorias melhor espetáculo, direção, dramaturgia, ator, atriz e cenário.

 

Por: Liane Strapazzon