Última semana da temporada de estreia da peça “Valsa#6”, no Instituto Ling

“Valsa #6”, primeiro grande sucesso que Nelson Rodrigues, nosso maior dramaturgo, estreou dia 12 de abril, no Instituto Ling, local escolhido pelas possibilidades de exploração da sua arquitetura única. Escrito em 1951, o monólogo é a sétima peça do autor, que ganha uma nova versão pelas mãos do diretor Caco Coelho. A montagem chega à reta final de sua primeira temporada. A peça fica em cartaz até o dia 06 de maio. Os ingressos estão à venda na bilheteria do instituto.

A atriz Gisela Sparremberger nos apresenta justamente o que Nelson fala sobre a escolha por um monólogo: “Uma pessoa individuada – substancialmente ela própria – e ao mesmo tempo uma cidade inteira, nos seus ambientes, sua feição psicológica e humana.” Assim, a personagem está morta. E, portanto, livre do atribulado cotidiano e da tortura da vida. Ao longo da peça, fragmentos da vida passada vem à tona. Todos estão ali: o pai, a mãe, a rival, ele e o médico. Obra máxima do maior poeta dramático brasileiro, se considerados os aspectos da complexidade dramatúrgica, do mergulho na alma do ser humano e na expressão polifônica de tantas vozes que somos e desconhecemos. Trata-se de uma experiência sensorial onde o público é parte integrante do espetáculo, pois ele será tocado, manipulado, vestido com um macacão branco da cabeça aos pés, ou seja, a necessária assepsia da morte. Uma jovem pianista viveu um sonho trágico. Eis a história que todos vão vivenciar.

Quando estreou, em 1951, ganhou uma encenação assumidamente didática de Henriette Morineau, preocupada em instruir os espectadores sobre a simbologia que povoa os delírios da personagem Sônia, apunhalada na flor de seus quinze anos enquanto tocava a famosa obra de Chopin, que dá título à peça. Nelson propõe um monólogo em escala coralista. A recém-morta Sônia incorpora sua mãe, seu pai, o maneiroso médico Junqueirinha, o sedutor Paulo. Mas os principais personagens a quem a morta dá vida são a Sônia quase ex-adolescente e a Sônia prestes a se tornar adulta. Ambas se debatem abraçadas em meio a um vórtex de hormônios, expectativas, privações.

“Valsa #6” (na montagem original, como “Valsa nº 6”) foi o maior sucesso de Nelson Rodrigues após “Vestido de Noiva”, obra que o diretor Caco Coelho, especialista no autor, dirigiu em 2012, no CCBB Rio de Janeiro. Agora, no mesmo intervalo de tempo que Nelson escreveu as peças, Caco dirige esta outra obra, que explora toda a dramaturgia espacial presente no Instituto Ling.

Direção de arte de Vicente Saldanha, iluminação de Guto Greca, música de Pedrinho Figueiredo, figurino de Marco Tarragô, programação visual de Luiza Lopes, assistência de direção de Vitória Fonseca e produção da Liga Produção Cultural.

Financiamento do Pró-Cultura RS, Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. Patrocínio do Grupo Zaffari. Apoio do Instituto Ling, Zeppelin, DTS, PH Comunicação, Tecno-Costuras.

VALSA #6
Estreia do monólogo “Valsa #6”, de Nelson Rodrigues, com direção de Caco Coelho

Dias 02, 03, 04, 05 e 06 de maio de 2017, às 20h30min.
Dias 05 e 06 de maio, sessão às 18 horas e às 20h30min.
Ensaio aberto (gratuito) no dia 06 de abril, às 20h30min.
Instituto Ling – Rua João Caetano, 440 – Bairro Três Figueiras – Porto Alegre/RS
Telefone: (51) 3533 5700
Evento: Valsa #6 | Instituto ling em Porto Alegre

INGRESSOS
Inteira: R$ 40,00
Meia Entrada: R$ 20,00 (classe artística, estudantes e idosos).

VENDA ONLINE: http://www.institutoling.org.br/index.php/programac-o-cultural/valsa671.html

PONTOS DE VENDA
Bilheteria do Instituto Ling – Rua João Caetano, 440 – Bairro Três Figueiras – Porto Alegre/RS

AVISOS:
– O espectador vestirá um macacão branco (disponibilizado no local) sobre sua roupa, e uma sapatilha protetora sobre seu calçado durante todo o espetáculo. Sugerimos vestir roupa e calçado confortáveis.
– O espectador poderá ser tocado pela atriz em diversos momentos ao longo do espetáculo.
– Não haverá cadeiras. O espectador poderá ficar em pé ou sentado no chão. Para isso, o piso é almofadado.
– Não será permitido o uso de celular. Os aparelhos deverão permanecer desligados durante todo o espetáculo.
– Este espetáculo possui cenas com estroboscópio. Não recomendado para pessoas que possuem sensibilidade a luzes intermitentes, epilepsia fotossensível e problemas cardiovasculares.