Mostra de cinema explora cultura do povo curdo

Até o fim de março, o Centro de Cultura Libertária da Azenha recebe o 1º Ciclo de Cinema Curdo, realizado pelo Comitê de Solidariedade aos Povos do Curdistão. As exibições acontecem ainda nos dias 17, 22 e 31 do mês, com sessões sempre às 19h. A entrada é gratuita.

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O objetivo é usar o cinema para conectar diferentes povos e culturas diferentes. São exibidos quatro filmes seguidos de debates, o que é uma oportunidade para aprofundar o conhecimento sobre a questão curda e o modo de viver deste povo. Os títulos exibidos são: “Tartarugas Podem Voar”, “Bekas”, “Tempo de Cavalos Bêbados” e “O Último Poema do Rinoceronte”.

17/03 – 19h – Bekas, de Karzan Kader

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Zana e Dana, de sete e nove anos, respectivamente, são dois irmãos que vivem no Curdistão iraquiano, em 1990. Órfãos de pai e mãe, que morreram na guerra de Saddam Hussein, sobrevivem nas ruas, aos cuidados um do outro. Um dia, quando se introduzem em segredo num cinema local, descobrem a existência de uma personagem que julgam ser a solução para todos os seus problemas: o Super-Homem. Desejosos de conhecer de perto o homem mais forte e justo de que alguma vez ouviram falar – e sem nada que os prenda àquele lugar devastado –, decidem pegar em Michael Jackson, a sua velha mula, e seguir viagem rumo à América. O objectivo parece-lhes simples e sem grande margem para erro. Enquanto Zana faz a lista de pessoas que o super-herói terá de castigar em seu nome, Dana apenas tem de se certificar que chegam vivos ao outro lado do mundo.

22/03 – 19h – Tempos de Embebedar Cavalos (Demek jibo hespên serxweş), de Bahman Ghobadi

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Em uma remota vila curda na fronteira entre o Iraque e o Irã, vivem cinco crianças órfãs de mãe, responsabilizadas pela perda da mula de um contrabandista. Ayoub (Ayoub Ahmadi) e sua jovem irmã Ameneh (Amaneh Ekhtiar-dini) trabalham em um bazar, a fim de juntarem dinheiro para pagar a mula perdida, ao mesmo tempo que precisam cuidar de Madi, o irmão caçula, que sofre de uma grave doença. Quando o pai deles morre, Ayoub fica com a grande responsabilidade de líderar a família, apesar de sua idade. Ele então se une aos contrabandistas, carregando pesadas cargas pelas montanhas até o Iraque e enfrentando a constante ameaça das minas e emboscadas. Mas quando a saúde de Madi piora, a única solução uma operação no Iraque, a qual Ayoub não tem condições de pagar. Uma possível solução surge quando a irmã mais velha das crianças, Rojin (Rojin Younessi) arruma um casamento arranjado no Iraque, com seu futuro marido se comprometendo a pagar a operação de seu irmão.

31/03 – 19h – O Último Poema do Rinoceronte, de Bahman Ghobadi

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Preso na Revolução Islâmica do Irã, o poeta Sahel (Behrouz Vossoughi) acaba de sair da cadeia após cumprir uma pena de trinta anos. Agora a única coisa que o move é o desejo de reencontrar sua esposa, Mina (Monica Bellucci), que mudou-se há anos para a Turquia acreditando que o marido havia falecido.

 

Por: CL