‘Mad Max’: Após 30 anos, filmes ainda são referência em apocalipses

“Mad Max: Estrada da fúria” marca o retorno da franquia aos cinemas três décadas depois do lançamento de seu filme mais recente. O sucesso da trilogia original não foi apenas suficiente para garantir a nova produção, mas influencia todo um gênero até os dias atuais.

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Com orçamento estimado em US$ 650 mil, o primeiro filme da série arrecadou cerca US$ 100 milhões nas bilheterias ao redor do mundo em 1979. O sucesso foi tão estrondoso que a produção, passada em um futuro no qual gangues dominam as estradas, foi copiada à exaustão.

O número de produções de baixo orçamento lançadas durante os anos 1980 foi tão alta que gerou o movimento chamado “Maxploitation”. Entre eles, era possível ver títulos risíveis como “Metalstorm”, “Rodas de fogo” e “Os exterminadores do ano 3000”. A exploração aumentou ainda mais com o sucesso do segundo filme da franquia nos EUA, em 1981.

“Mad Max 2: A caçada continua” expande o universo apresentado no longa anterior, ao apresentar uma Austrália tomada pelo deserto, em que gangues motorizadas disputam o combustível escasso e não têm problemas em matar povoados inocentes que estejam em seu caminho.

Criada, roteirizada e dirigida por George Miller, a trilogia original foi completa por “Mad Max 3: Além da cúpula do trovão”. A produção não chegou a repetir o sucesso do segundo filme, mas lançou uma das trilhas sonoras mais bem sucedidas do cinema. A canção “We don’t need another hero” se tornou um dos maiores sucessos da carreira de Tina Turner, cantora que vive uma das personagens mais importantes do longa.

Com uma estética até então considerada única, as influências da franquia podem ser observadas em diversos sucessos dos anos seguintes. Seus vilões musculosos, com roupas inspiradas em visual sadomasoquista, por exemplo, são clara inspiração do filme “O sobrevivente”, com Arnold Schwarzenegger, lançado em 1987.

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O futuro imaginado por Miller, em que a disputa por recursos faz com que a humanidade volte à barbárie e provoca a formação de diversos grupos com morais duvidosas, existe até hoje em diversas produções modernas.

“Juízo final”, de 2008, apresenta uma Escócia dizimada por um vírus e dividida por tribos de canibais com roupas de couro. O protagonista vivido por Denzel Washington em “O Livro de Eli”, de 2010, enfrenta bandidos nas estradas e atravessa desertos para atingir seu objetivo.

“Mad Max”, assim, se mostra um marco não apenas para sua época, mas para todo o gênero de filmes pós-apocalípticos. Tanto que Miller é citado entre as maiores influências de nomes como Robert Rodríguez, Guillermo Del Toro, David Fincher e James Cameron.