Fassbinder – O Pior Tirano é o Amor estreia na Sala Álvaro Moreyra

Estreia no dia 14 de novembro, na Sala Álvaro Moreyra, o espetáculo Fassbinder – O Pior Tirano É o Amor, dirigido por Clovis Massa, com dramaturgia de Diones Camargo. A montagem inédita é baseada na biografia de um dos maiores e mais polêmicos cineastas da história, Rainer Werner Fassbinder – autor de dezenas de filmes para o cinema e para TV, além de peças teatrais mundialmente conhecidas. O elenco é formado por Frederico Vittola, Luciano Pieper, Martina Fröhlich, Marcos Contreras, Renata De Lélis, Rodrigo Shalako e Viviana Schames. Quem assina a trilha sonora é Claudio Levitan e Carina Levitan. A peça estará em cartaz nas sextas, sábados e domingos, sempre às 20h, até o dia 30/11. A montagem foi contemplada no edital de Concurso Desenvolvimento da Economia da Cultura –  Pró-cultura RS (Fundo de Apoio à Cultura).

Fassbinder – O Pior Tirano É o Amor percorre três momentos distintos da vida do diretor: do adolescente ambicioso ao jovem temperamental, até culminar no adulto desencantado, suas facetas se misturam e se confundem, não apenas entre si, mas também com suas criações, construindo, assim, uma figura fragmentada, ambígua e – por isso mesmo – complexa, tais como os personagens inesquecíveis que ele criou.

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Fassbinder realizou 43 filmes ao longo de um período de treze anos e participou como autor, adaptador ou diretor de pelo menos dez montagens teatrais. No entanto, apesar de ter se tornado um dos principais diretores do moderno cinema alemão, sua obra dramática permanece pouco encenada na atualidade. Sua breve, porém intensa, vida foi marcada por escândalos, excessos e amores desesperados – elementos que se tornariam matéria prima para compor suas obras mais controversas. Entre suas realizações mais conhecidas estão As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, O Casamento de Maria Braun e Lili Marlene. 

 

Dramaturgia e criação

A dramaturgia do espetáculo foi trabalhada coletivamente, em um processo colaborativo, envolvendo atores, diretor e dramaturgo. Diones Camargo segue uma linha parecida com a já experimentada em algumas de suas montagens anteriores, especialmente em Andy/Edie (2005) e Os Plagiários – Uma Adulteração Ficcional Sobre Nelson Rodrigues (2012). “Em ambas, compus a trama baseando-me em fatos relatados nas biografias de ícones da cultura mundial para mostrar algum aspecto relevante sobre esses personagens históricos e as suas respectivas relações com a arte.” Em Fassbinder – O Pior Tirano É o Amor, “colocaremos o cineasta em cena para, a partir de fatos de sua biografia, deixar entrever algo muito comentado sobre sua faceta pública: o controle como forma de poder criativo e o desgaste físico e psicológico que isso causa no próprio indivíduo que o exerce”.

FASSBINDER – O PIOR TIRANO É O AMOR

Quando: de 14 a 30 de novembro – sextas, sábados e domingos

Horário: 20h

Local: Sala Álvaro Moreyra – Centro Municipal de Cultura (Erico Verissimo, 307)

Ingressos: R$ 20 (Estudantes, idosos e classe artística pagam R$ 10) 

FICHA TÉCNICA:

Direção: Clóvis Massa

Texto: Diones Camargo

Direção: Clóvis Massa

Texto: Diones Camargo

Elenco: Frederico Vittola, Luciano Pieper, Marcos Contreras, Martina Fröhlich, Renata de Lélis, Rodrigo Shalako, Viviana Schames

Cenografia: Rodrigo Shalako
Design de Iluminação: Daniel Fetter
Direção Musical e Trilha Sonora: Cláudio Levitan e Carina Levitan
Figurino: Antônio Rabadan
Assistência de Figurino: Kethyene Sperhacke
Maquiagem: Juliane Senna
Mídia Visual: Maurício Casiraghi
Operação de áudio: Damon Meyer

Assessoria de imprensa: Dona Flor Comunicação
Cabelos: Salão do Paul
Fotografia: Diane Sbardelotto
Preparação Corporal: Renata de Lélis
Preparação Vocal: Marlene Goidanich
Projeto Gráfico: Pingo Alabarce
Produção: Viviane Falkembach – Íris Produções

Clovis Massa

Professor do Departamento de Arte Dramática e do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da UFRGS. Diretor do espetáculo A Bilha Quebrada, do Coletivo Confúcios & Confusos. Ator, participou de espetáculos como Ideologia, Marxismo e Rock’n’Roll, de Tom Stoppard, com direção de Luciano Alabarse, Musical Legalidade, com direção de Luciano Alabarse, Agamenon + Ifigênia, com direção de Luciano Alabarse, Burgueses Pequenos, de Václav Havel, com direção de Marcelo Ádams, As Traças da Paixão, de Alcides Nogueira, com direção de Élcio Rossini, entre outros. Como professor das Oficinas Populares de Teatro, do Projeto de Descentralização da Secretaria Municipal da Cultura, ministrou aulas de expressão corporal, improvisação e interpretação teatral para alunos da Escola Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, de 1991 a 1993. É autor do livro Histórias Incompletas, obra que traça um painel histórico sobre os dez anos de existência do Projeto de Oficinas Populares da Descentralização da Cultura, com depoimentos de oficineiros e oficinandos de teatro da periferia de Porto Alegre.

Diones Camargo

Dramaturgo e escritor, formado no curso de Licenciatura em Teatro pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS, autor das peças Andy/Edie (Prêmio Funarte de Dramaturgia 2005), Parque de Diversões, Último Andar (Prêmio Funarte de Estímulo à Dramaturgia 2007), Nove Mentiras Sobre a Verdade, Teresa e o Aquário (VIII Prêmio Palco Habitasul), Hotel Fuck, Os Plagiários (Prêmio Açorianos de Melhor Dramaturgia 2012), O Tempo Sem Ponteiros; dramaturgista dos espetáculos Buarqueanas, Peru, NY e O MAPA. Apresentador do programa OverDrama, na Mínima FM. Em 2013, duas de suas peças foram publicadas no exterior – em Portugal e em Cuba, respectivamente.

Frederico Vittola

Ator, formou-se pelo TEPA em 2011 em trabalhos com direção de Jezebel de Carli, Tatiana Vinhais, Gina Tochetto, Adriano Basegio, Marcelo Adams e Fernando Kike Barbosa. Atuou em três temporadas com a montagem de conclusão Kalashnikov, eu acabei de falecer e você?. Esteve na montagem da trilogia Geração Máquina com as peças Rock Hamlet e Pop Hamlet do Grupo Jogo, Cia. Sta. Estação e Teatro Geográfico. Em 2012 participou do projeto Braskem em Cena, que resultou no espetáculo Os Plagiários, uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues (vencedor de três categorias do Premio Açorianos), dos grupos Sarcáustico, Cia. Sta. Estação, Falos & Stercus e Caixa do Elefante. Em dezembro de 2012 encenou Closer tão perto que…?, texto de Patrick Marber. Em 2013 entrou para o elenco da peça Zuccos, de Bernard-Marie Koltés, com temporadas na Sala Alvaro Moreyra e na Mostra Tragicômica de Teatro, na Usina do Gasômetro. Integrou o elenco do espetáculo Amor, Amor, Amor, de Alexandre Dill, com realização de temporada na sala 209 da Usina do Gasômetro.

Luciano Pieper

Ator e músico, é estudante do curso de Licenciatura em Teatro do Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Participou dos espetáculos Os Saltimbancos, adaptação do texto de Chico Buarque, com direção de Ronald Radde, e de O Patinho Feio, de Ronald Radde, com direção de Karen Radde, ambos da companhia Teatro Novo, do espetáculo O Bom, o Mau e a Sua Esposa, com direção e texto de Antônio Costa Neto, do espetáculo que deu origem ao Coletivo Confúcios & Confusos, A Bilha Quebrada, baseado em Heinrich von Kleist, com direção de Clóvis Massa, e da montagem Para Sempre Terra do Nunca 2, com direção de Ronald Radde. 

Marcos Contreras

Ator com experiência em cinema, participou dos filmes A Última Estrada da Praia, de Fabiano de Souza, e Cão Sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca. Formado em Realização Audiovisual pela UNISINOS, foi estudante do curso de Teatro do Departamento de Arte Dramática da UFRGS e participou dos espetáculos Medeia, de Eurípides, Platão Dois Em Um, baseado em Platão e Édipo, de Sófocles, dirigidos por Luciano Alabarse, além de Parque de Diversões, em parceria com Diones Camargo. Recebeu o Prêmio de Melhor Ator Histórias Curtas da RBS TV pela participação nos curtas Mãos Dadas e Libertadores, em 2010 e em 2013, respectivamente.

Martina Fröhlich

Bacharel em Interpretação no Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Formada pela Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Atuante no Grupo Cerco, com o qual venceu o 7º Prêmio Braskem em Cena do Festival Porto Alegre em Cena 2012, como melhor atriz, com o espetáculo “Incidente em Antares”. Com o grupo, também atuou em “O Sobrado”. Participou também da opereta rock musical “Trago Sorte Mentira e Morte” (2010); “Fando e Lis” – Teatro Porcos com Asas (2009); “Meu Barraco, Minha Vida” – Grupo Pindaibanos (2009); “À Margem da Vida” (2009). Cantora e brincante do Bloco da Laje, coletivo carnavalesco de Porto Alegre, que leva milhares de pessoas às ruas em seus cortejos. Integrou até 2011 o grupo cênico-vocal Expresso 25, apresentando os espetáculos “Imaginário Sonoro do Brasil” e “Pulso” e a ópera cômica “As Sete Caras da Verdade”, de Nico Nicolaiewsky. Integrou o grupo de música popular Maracatu Truvão de 2005 a 2008, como percussionista e cantora. Realizou diversos cursos e workshops na área de canto, dança e atuação, dentre eles o dos Métodos Viewpoints e Suzuki, na Siti Company – Nova Iorque, EUA – 2013.

Renata de Lélis

Formada em Pedagogia da Arte na UERGS (Montenegro), com Mestrado em Performance Artística-Dança na Faculdade de Motricidade Humana UTL, em Lisboa (Portugal), tem realizado a preparação corporal de atores e atrizes para espetáculos de teatro, entre os quais, Milkshakespeare, de Júlio Zanotta, com direção de Camilo de Lélis, com o qual conquistou o Prêmio Açorianos de Melhor Atriz em 2010. Dentre os muitos espetáculos de que participou como atriz, estão O Monstro de Olhos Verdes ou Por Quem Morrem os Pombos, de Walmyr Ayalla, Landell de Moura – O Incrível Padre Inventor, de Hércules Grecco, ambos com direção de Camilo de Lélis, Salomé Decapitada, com direção de Luciane Panisson (Prêmio Açorianos de Melhor Atriz em 2003), Mehrda Presidentas, de Werner Schwab e O Estranho Senhor Paulo, de Tankred Dorst (Prêmio Açorianos de Melhor Atriz Coadjuvante em 1996), ambos com direção de Camilo de Lélis.

Rodrigo Shalako

Trabalha como ator e cenógrafo, colaborando com diversos grupos da cidade.  É formado pela Escola de Atores do Depósito de Teatro (2003-2004) e pela Escola da Terreira da Tribo (2005-2006). Outros cursos: Dramaturgia do corpo, Maria Falkembach (2006); Técnicas circenses, Gente Pendurada (2007-2008); Dança contemporânea, Centro Meme (2007-2010); Ballet clássico – Escola de Dança Kitty (2007-2010). Como ator, participou dos espetáculos: Cidade Proibida (Cia Rústica -2013), Os Mensageiros (direção Xica Campagna – 2013), Sobre Saltos de Scarpin (direção Tainah Dadda-2011), Wonderland e o que M. Jackson encontrou por lá (Teatro Sarcáustico – Prêmio Açorianos 2010 e Braskem 2011 de Melhor Espetáculo), Terezinhas (Grupo Meme – 2008), Bú, um olhar adulto sobre a criança que há em nós (Grupo Meme – 2007), Zona Contaminada (Direção Sergio Etchichury e Kike Barbosa – 2006). Como cenógrafo: técnico em marcenaria e desenho industrial pelo SENAI (1997-1999), vem desde 2011 criando, confeccionando, montando e produzindo cenários e objetos cênicos para diversos grupos e espetáculos: GPS Gaza (Direção Camila Bauer – 2014), Um Beijo no Rosto da Morte (Direção Renato Del Campão – 2014), Projeto Ecopoética (Rossendo Rogrigues – 2014), Cidade Proibida (Cia Rústica – 2013), Natalício Cavalo (Cia Rústica – 2013 – Indicação ao Prêmio Açorianos de Melhor Cenário), Miragem (Cia Rústica -2013 – Indicação ao Prêmio Açorianos de Melhor Cenário), CNPJ: Uma Comédia Totalmente Ficcional (Teatro Sarcáustico – 2013), Passaporte Para o Exílio (Teatro Sárcáustico – 2013), O Monstro de Olhos Verdes ou Por Quem Morrem os Pombos (Direção Camilo de Lélis – 2013), Boca de Ouro (Direção Aline Sokolovsky – 2013), Nós (em Off)!  (Direção Everson Silva – 2013) Sr. Kolpert (Tainah Dadda – 2012)​.​

Viviana Schames

Atriz, formada no curso de Teatro pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Participou dos espetáculos Os Plagiários, de Diones Camargo, com direção de Jezebel de Carli, Mário de Ballenti, Marcelo Restori e Guadalupe Casal, Fando e Lis, de Fernando Arrabal, com direção de Diego Machado, A Tecelã, de Paulo Balardim, um dos quatro espetáculos brasileiros participantes do Fringe, em Edimburgo, em agosto de 2013. Participou da intervenção Tudo o Que Está ao Meu Lado, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, parte do Festival Brasil Cena Internacional. É integrante do Transpiro!, trabalho coletivo que participou do 6. Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre. É ganhadora do prêmio de Melhor Atriz Histórias Curtas/RBS, com o filme Céu Azul.

Por: Raphaela Donadulce Flores – Dona Flor