Dois dias intensos e inesquecíveis marcaram a segunda edição do Festival Turá em Porto Alegre. Realizado no Anfiteatro Pôr do Sol, o evento reuniu mais de 20 mil pessoas, segundo a organização, em uma verdadeira festa da diversidade musical. Da MPB ao rock, do reggae ao rap, do pop ao samba, o Turá cumpriu o que prometeu: misturar tudo que há de melhor na música brasileira. Nem mesmo a chuva, que chegou a ameaçar o fim de semana, teve coragem de interromper a celebração.

O encerramento apoteótico ficou a cargo de Ney Matogrosso, que mais uma vez mostrou por que é um dos maiores artistas do país. Aos 84 anos, Ney esbanjou vigor e teatralidade com o show Bloco na Rua, encantando todas as gerações presentes. Em coro, o público retribuiu com um emocionado “Ney, eu te amo!”, que ecoou pela capital gaúcha.
No sábado, foi a vez de Alcione brilhar e fazer o que sabe como ninguém: transformar o palco em roda de samba e emoção. A Marrom colocou o público para cantar e dançar, e ainda protagonizou um dos momentos mais especiais do festival ao receber Lucas Silveira, da Fresno, para um dueto surpreendente em “Evidências”. O encerramento, com “Canto Alegretense”, foi uma homenagem calorosa ao Rio Grande do Sul.
O primeiro dia também teve BaianaSystem em uma apresentação eletrizante, repleta de simbolismos, batidas pulsantes e uma conexão intensa entre banda e público. Antes, os gaúchos Ultramen, Armandinho e Fresno comandaram o palco com a energia de quem joga em casa.
O domingo seguiu em alto nível com Mano Brown e seu espetáculo Boogie Naipe, transformando o Turá em uma pista de dança com grooves e funk setentista. Nando Reis trouxe um show híbrido, mesclando momentos elétricos e acústicos em um passeio por seus grandes clássicos. Já Silva cativou com seu repertório autoral e versões delicadas de Marisa Monte, Tim Maia e Caetano Veloso. Mais cedo, a Cachorro Grande celebrou o rock gaúcho com atitude, e a Dingo abriu os trabalhos em grande estilo.
O Turá 2025 foi mais do que um festival: foi um reencontro. Adiado por conta das enchentes que atingiram o Estado em 2024, o evento simbolizou a resiliência e a força do povo gaúcho, que segue de pé, reconstruindo e celebrando a vida através da arte. Entre abraços, vozes e ritmos, ficou claro que a música, mais uma vez, foi o elo capaz de unir gerações, estilos e esperanças.

