11ª Bienal do Mercosul foi adiada para 2018

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O crítico de arte alemão Alfons Hug foi anunciado como o curador da 11ª edição da Bienal de Artes do Mercosul. Foto: Divulgação/Adriana Martorano Comunicação

Em coletiva de imprensa realizada no dia 15 de dezembro, no MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre/RS, o presidente da instituição, Gilberto Schwartsmann, anunciou o nome do curador Alfons Hug como responsável pelo projeto curatorial da 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul. A próxima edição também já tem data para acontecer: será realizada de 05 de abril a 04 de junho de 2018. O evento, que foi realizado pela última vez entre outubro de dezembro de 2015 pulará o ano de 2017 e será realizado durante o outono de 2018.

O crítico de arte e curador Alfons Hug será o responsável pelo projeto curatorial da 11ª edição e sua direção artística. Hug nasceu em Hochdorf, na Alemanha e estudou Linguística, Literatura Comparada e Cultura em Freiburg, Berlin, Dublin e Moscou. Atuou nas Bienais de Veneza, São Paulo, Curitiba, Montevideo, Dakar e na Bienal do Fim do Mundo (no sul da Argentina), bem como em uma série de projetos de grande envergadura cultural na Alemanha, Singapura e Índia. Dirigiu o Goethe Institut em Medellín, Brasília, Caracas, Rio de Janeiro e Moscou. Atualmente, dirige o Goethe Institut em Lagos, Nigéria. Seu projeto curatorial concebido para a Bienal do Mercosul denomina-se O Triângulo do Atlântico e fundamenta-se nas influências culturais dos três vértices históricos da América Latina – as matrizes europeia, americana e africana.

A Bienal de Artes Visuais do Mercosul – que tradicionalmente acontece nos anos ímpares – dessa vez será realizada em 2018. Isso se deve em decorrência da crise econômica brasileira – o que inviabilizou a realizaçã o da 11ª Bienal do Mercosul em 2017- e, também, porque espaços tradicionais de exibição, como o MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul e o Santander Cultural, já estão com suas agendas fechadas para ano que vem. “A despeito dos desafios decorrentes da conjuntura econômica do país, já estamos trabalhando na previsão orçamentária e no engajamento de empresas, parcerias e comunidade, para que ela aconteça em sua plenitude”, afirma o presidente da nova gestão, Gilberto Schwartsmann. O presidente também declarou que a 11ª Bienal vai trabalhar com um valor orçamentário inicial de R$ 3 Milhões: “um orçamento modesto, porém, realista. Se houver a confirmação de fundos extras no decorrer da captação de recursos, poderemos expandir alguns componentes da Bienal e ampliar o orçamento”, diz Schwartsmann.

Em princípio, a 11ª Bienal contará com três locais de exibição: MARGS, MAC/RS – Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e Santander Cultural, além de algumas intervenções temporárias ainda não definidas nos espaços públicos do Centro da Capital Gaúcha.

11ª BIENAL
A 11ª Bienal do Mercosul, assim como as anteriores, terá um amplo programa educacional, envolvendo parcerias com universidades e demais instituições culturais. Uma área de grande interesse envolve estudos para uma completa versão digital da exibição. “Esta estratégia poderá trazer um novo olhar sobre a Bienal, com maior inclusão de indivíduos que normalmente não visitam a Bienal, mas que desejariam fazê-los. É um poderoso instrumento que dará capilaridade ao evento, permitindo que pessoas interessadas em arte – mas que vivem em regiões mais distantes – possam ter acesso à Bienal virtualmente. A ferramenta digital também vai gerar discussões temáticas sobre a incorporação de novas linguagens e meios de comunicação no mundo da arte”, declara o presidente.

Outro ponto dessa edição será o aprofundamento das discussões dos conteúdos programáticos da 11ª Bienal em áreas afins do conhecimento, como por exemplo, a criação de uma programação musical ou literário com base na temática O Triângulo do Atlântico e seus desdobramentos na música e na literatura contemporâneas. “Uma vez que um dos vértices do projeto é a contribuição artística do continente Africano à arte contemporânea, o tema ‘arte africana contemporânea’ será trabalhado em maior profundidade em seminários, palestras e debates”, explica Schwartsmann.

O programa visa também manter atividades culturais não apenas durante a Bienal, mas ao longo de todo o período de sua realização. A ideia é buscar provocar reflexões sobre a relação das Bienais com o ambiente onde ela é realizada. Como contar às pessoas o que a Bienal já fez ou o que tem incorporado à nossa paisagem e nosso cotidiano? A população reconhece as marcas da Bienal em Porto Alegre? Poderíamos criar um caminho das Bienais? A Bienal pode nos ajudar a contar a nossa história? A Bienal tem deixado marcas reconhecíveis do que somos? Quais os referenciais estéticos que Porto Alegre nos oferece? A Bienal pode nos ajudar a identificar estes elementos? Qual a nossa relação com os demais países do Mercosul? Estes temas poderão ser abordados em discussões, palestras e seminários ligados à Bienal.

Para Schwartsmann, a 11ª edição da Bienal do Mercosul deve buscar contemplar o público em toda a sua diversidade.  “Traremos à discussão um olhar sobre as várias Bienais que convivem em cada Bienal. A Bien al dos artistas visuais e do mundo da arte; a Bienal dos que não possuem formação específica em arte, mas a amam e se comovem com ela; e, por fim, a Bienal dos que tem pouco ou nenhum acesso formal à arte, mas que merecem desfrutá-la tanto quanto os demais. A função da Bienal será a de aproximar esse público da vivência artística e estética, pois a educação e a cultura são os mais eficientes instrumentos de redução de desigualdades e recuperação da dignidade e autoestima”, declara.

NOVA DIRETORIA
Gilberto Schwartsmann, Presidente da 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, é Professor Titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Chefe do Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Possui uma vasta experiência internacional, com pós-graduação no Reino Unido, Países Baixos e Estados Unidos, inclusive tendo dirigido a Organização Europeia para a Pesquisa e Tratamento do Câncer. É membro da Academia Nacional de Medicina e Vice-Presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina. Foi Diretor da Biblioteca da Academia Nacional de Medicina. Foi Vice-Presidente da 10ª Bienal do Mercosul. Foi membro do Conselho Universitário da UFRGS. É membro do Conselho Fiscal da Fundação Iberê Camargo e um dos patronos da Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro.

A Diretoria da 11ª Bienal está composta por diretores com grande experiência em Bienais anteriores, como Mathias Kisslinger Rodrigues (Diretor Administrativo-Financeiro), André Jobim de Azevedo (Diretor Jurídico), Arthur Bender (Diretor de Comunicação e Marketing) e Eduardo Brunelli (Diretor de Espaços Físicos). Dentre os novos diretores a serem submetidos à deliberação do Conselho em sua próxima reunião, incluem-se: o empresário Sergio Maia (dirigente da ABVD-RS) – para o cargo de Vice-Presidente, , Maria Lucia Kern (Professora de História da Arte da PUCRS); José Rivair Macedo (Professor do Curso de Pós-Graduação em História da PUCRS); o arquiteto Mario Englert; a jornalista Claudia Laitano; o leiloeiro oficial José Luis Santayana e o artista plástico Carlos de Britto Velho.