Como ferramenta metodológica as oficinas de dança são um ambiente de estímulo da capacidade de cada individuo. Por essa instrumentalização é possível assegurar que a principal função de um professor de dança é estimular, elogiar, reconhecer o esforço de seus alunos, ao mesmo tempo em que direcionar esforços para aperfeiçoar exercício praticado e disciplinar seu comportamento. Impactos subjetivos são encontrados nessa análise e são aqueles que ocasionam mudanças na personalidade e nos hábitos de vida. Eles são motor de transformação que faz com que os impactos objetivos se realizem, como: referencial positivo; elevação da autoestima, desinibição e valorização de si mesmo, liderança, autonomia, higiene pessoal, protagonismo juvenil, entre outros.
Outros impactos objetivos são traduzidos nas escolas, como um possível apoio na redução da evasão escolar e auxílio no dialogo institucional, promovendo uma maior participação e envolvimentos dos responsáveis legais, dos pais, mães, uma mídia mais positiva e menos estigmatizada do social são colocados em pauta quando se tem alguma iniciativa relacionado às danças da Cidade, possibilitando inclusive alguns processos de autonomia de trabalho e renda notarialmente reconhecidos.
A arte e a educação pela dança permitem, muitas vezes, movimentarmos como se fosse um mundo de homens e mulheres que, inquietos/as, continuam a acreditar na potencialidade humana, na força de sua possibilidade, hoje, em tempos enviesados pela estética. Tempos que nos permitem ajuizamento, com maior leveza. Contudo, não nos deslocamos de nosso compromisso com a causa social. Ousamos afirmar que vivemos a ética na estética. Com elas, andarilhamos por nosso inacabamento e percebemos o tanto de apreender. Enfrentamos preconceito pela ‘coisa pública’, pela ‘coisa da arte’. Estigmatizamos e fomos estigmatizados. Contudo,ao Incorremos pela legitimidade da educação pública, pela arte como modo de vida fincamos o estatuto da transformação.
Nesses exemplos de impactos, tenho como apoio documentos desenvolvidos por organizações internacionais, artigos produzidos por técnicos como psicólogos, doutores e mestres em educação, especialistas internacionais em direitos humanos, sociólogos e, claro, artistas que durante esse período vem me acompanhando nos registros e feituras no segmento da dança. A criação e redação do projeto sob a chancela do executivo canoense foi a definição do conceito de direção artística e de criação de coreográfica num argumento de “flashmob”. Criar e produzir coreografia para dois mil alunos da rede municipal de educação e música exclusiva para o Projeto “Canoas, Cidade do Mundo”, circunscreve um fragmento, apesar de todo processo criativo e artístico despendido para tal, frente ao desafio de torna-lo efetivamente exequível.
Diferentemente dos projetos desenvolvidos para o show do Roger Waters (The Wall) e da inauguração da Arena do Grêmio, onde o Grupo Canta Brasil protagonizou um espetáculo de dança construído com crianças e jovens do próprio grupo advindos, na sua maioria, dos Bairros Mathias Velho e Guajuviras,, este projeto em parceria com a prefeitura de Canoas envolveu crianças/jovens de inúmeros bairros, mobilizando protagonistas de diferentes realidades, configurando-se numa diversidade ainda não abarcada pelo Grupo Canta Brasil.