The Who exibe seus clássicos num show histórico em Porto Alegre

DEF LEPPARD

Edu Deferrari/Divulgação

Sem nenhum atraso, inclusive iniciando o show 15 minutos antes do combinado, os britânicos do Def Leppard subiram ao palco com “Let’s Go”. Com uma performance muito oitentista do começo ao fim, o grupo mostrou entrosamento em cima do palco. Atenções para o vocalista Joe Elliott, que soube se manter o show inteiro, e os guitarristas Phil Collen e Vivian Campbell.  Mas o superstar mesmo era Rick Allen, o baterista, sem um braço, mostra não é problema. Ele toca com muito estilo e não para um minuto.

Com a difícil tarefa de abrir para o The Who, e tocar para um público composto por 30% de fãs, a banda tratou logo de apresentar seus hits do disco Hysteria. “Animal” foi o primeiro. Depois passou por “Let It Go”, do High ’n’ Dry, e a balada romântica “Love Bites”.

Apesar do setlist ser composto por sete músicas do Hysteria, alguns discos também tiveram espaço. Exemplo de High ’n’ Dry (já citado a cima) e Def Leppard, lançado em 2015.

Após “Love Bites”, o público foi voltar a curtir o show só em “Hysteria”. Uma sequência com os maiores hits da banda, “Pour Some Sugar On Me”, “Rock of Ages” e “Photograph”, encerrou a apresentação.

Está foi a primeira apresentação do Def Leppard em Porto Alegre, eles já passaram por São Paulo e Rio de Janeiro. Dia 28 eles tocam na Argentina e dia 29 em Santiago.

 

THE WHO

“Mntenha calma, aí vem o The Who”, essa era a mensagem estampada no telão minutos antes da banda britânica subir ao palco. Mas pra quem esperou 53 anos por este momento, aqueles minutos não precisavam mais de calma e sim de um médico medindo a pressão para não entrar em colapso.

Com pouco mais de 14 mil pessoas, o Anfiteatro Beira Rio estava com espaços sobrando para acompanhar a primeira apresentação do The Who na capital gaúcha, na noite desta terça-feira (26). Após o primeiro show da carreira na América do Sul, em São Paulo (21) e uma apresentação épica no Rock in Rio (23).

Seguindo a pontualidade britânica, o grupo iniciou a apresentação às 21h30. Por duas horas, eles apresentaram clássicos com mais de 50 anos. Foi uma verdadeira aula de rock n’ roll.

Por mais velhos que estejam, Roger Daltrey e Pete Townshend continuam no pique de gente jovem. Dançam, correm, batem cabeça e muito mais. Nenhum dos dois demonstra cansaço e sim mais vontade de se manter no palco.

Um dos primeiros singles da banda, “I Can’t Explain”, foi a escolhida para abrir a apresentação. Agora mais novas, mas nem tanto, veio “The Seeker”, 1970, e “Who Are You”, 1978. Depois da sequência, Pete tratou de avisar que não sabia português e que iria falar em inglês, mas isso não fazia diferença, o mestre estando ali já era o suficiente.

Então o show seguiu e foi a vez do primeiro disco ser representado no setlist. Por isso eles tocaram “The Kids Are Alright” e “My Generation”, ambas do My Generation, de 1965. Já o álbum The Who Sell Out, que este ano completa 50 anos, teve a incrível “I Can See For Miles” no repertório.

Bom, até aí quem não estava chorando começou. Um dos melhores discos da banda, Who Next (está na lista dos 200 discos mais importantes da história do rock), teve a primeira música tocada: “Bargain”. Em “Behind Blue Eyes”, não teve quem não cantou. O coro foi ouvido lá da ponte do Guaíba. Foi incrível.

Na sequência “Join Together” e “You Better You Bet” foram entoadas pelas 14 mil pessoas, principalmente o refrão “Won’t you join together with the band”. Depois disso foi a vez de Roger dar uma descansada no vocal, Pete assumiu e cantou um clássico do Quadrophenia, “I’m One” e em seguida tocou “The Rock”. “Love, Reign O’er Me” fechou a sequência do famoso disco de 1973 e mostrou o poder que a voz de Roger ainda tem. Mais um dos momentos incríveis do show.

Em “Eminence Front”, a mais recente do setlist; de 1982, Roger voltou a descansar a voz. Mas esse descanso acabou quando a banda começou a tocar “Amazing Journey/Sparks” e brindou com a esmagadora “Pinball Wizard”.

Até aí o show no top 5 de Porto Alegre, mas quando os teclados começaram a tocar a intro de “Baba O’Riley” o Anfiteatro veio abaixo. A música, lançada em 1971, é considerada um dos maiores clássicos do rock e a capital gaúcha estava escutando essa obra. Outra clássica, “Won’t Get Fooled Again” encerrou a primeira parte do show.

Antes de ‘sair’ para o bis, Pete anunciou a banda. O mais aplaudido foi Zak Starkey, filho de Ringo Starr, e merecido já que representa demais o seu falecido padrinho, Keith Moon. Todo mundo deixou o palco, mas Roger não quis e mandou um “bullshit”, falando que era besteira essa coisa de sair e voltar. Aí a banda retornou sem dar a famosa pausa.

No bis, o grupo tocou “5:15”, outra do Quadrophenia, e “Substitute”, um dos primeiros singles da carreira. A apresentação se encerrou às 23h30, foram duas horas de show.

Mais uma vez Porto Alegre entrou para o hall da fama do rock, após as passagens de Paul McCartney e The Rolling Stones, só faltava o The Who para formar o trio britânico. E mesmo depois de 53 anos, eles vieram.