GrupoTeatroLáEmCasa estreia “Divinamente Divinas”

O novo trabalho do GrupoTeatroLáEmCasa resulta do olhar investigativo de Pedro Delgado acerca das construções dos corpos transgenerizados e da cultura exclusiva e homofóbica em relação ao universo habitado pelos homossexuais. “Divinamente Divinas” estreia na Mostra Verão Cultural 2015 da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), de 30 de janeiro a 1º de fevereiro (sexta a domingo), no Teatro Bruno Kiefer.

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O autor e ator busca transformar gestuais e hábitos cotidianos transgenerizados em arte, na história que traz vivências de alguns corpos deste universo que habitam territórios periféricos, numa sociedade heteronormativa. Os personagens habitam a periferia da sociedade contemporânea rio-grandense. Jota é um ator homossexual do interior gaúcho que se muda para o Rio de Janeiro, para acompanhar uma drag queem, por quem sempre foi apaixonado. Mas ela o transforma em camareiro e explora seu trabalho, dispensando seus serviços e destruindo suas expectativas amorosas. Ele então volta a Porto Alegre, onde na rodoviária encontra Divina, que está retornando de Paris, depois de ser deportada. Ela o convence a lhe acompanhar até a cidade de Santana do Livramento, onde pretende participar de um concurso tradicional, o Miss Carreta Dourada, disputado só por prendas virgens.

Serviço: 
Dia: 30 de janeiro a 1º de fevereiro de 2015 (sexta a domingo)
Hora: 20h. 
Local: Teatro Bruno Kiefer – 6º andar CCMQ (Andradas, 736). 
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estudantes e idosos)
Contato: Pedro Delgado (9841-0072/pedrocalacerda@gmail.com)

As duas embarcam no ônibus, mas no caminho são postas para fora, logo após Jota tentar ficar com um namoradinho do motorista. Assim, a dupla conhece Galdino, um fazendeiro que está indo buscar Douradinha ou Candido, seu filho, que está passando alguns dias na casa de Galiana, um travesti que teve uma filha quando jovem. Galdino teve uma história passageira com a filha de Galiana e dessa relação nasceu Douradinha, que fica seis meses por ano na fazendo com o pai e seis meses na casa da mãe. Ele conduz Jota e Divina até a casa de Galiana, onde as duas poderão pernoitar para seguir adiante, no dia seguinte. No entanto, ao chegar na casa de Galiana Galdino descobre que Douradinha desapareceu e acusa Galiana de ser cúmplice do desaparecimento do filho. O fazendeiro, que já havia em outras ocasiões mandado seus peões destruirem a casa de Galiana por não tolerar sua opção sexual e por essa influenciar a opção sexual de seu filho, manda seus peões levarem Galiana, Jota e Divina para a sua fazenda, prendendo-as numa espécie de celeiro, junto com alguns animais.

Divina acaba despertando o interesse de Estragão, um dos peões e é violentada por ele; e por ser confundida com uma mulher, acaba indo para a cama com outro peão. Galiana, que também é mãe de santo, recebe Oxossi e acaba desmascarando algumas verdades de Galdino, que as liberta. As três voltam para sua casa e essa convence as outras duas a ficarem com ela, já que a mesma vai reabrir sua casa, que chama de estabelecimento familiar e funciona de dia como casa de religião e à noite, como cabaré. Divina e Jota ficam enquanto as duas estão fazendo um show, e é assassinada por alguns franceses. Diante da tragédia, Galiana e Jota desfilam com o corpo de Divina sobre uma carreta, enquanto a homenageiam, dublando a opera Dama da Noite.

 

Ficha Técnica:
Direção: Pedro Delgado
Elenco: Edimilso Silva, Everton Barreto, Henri Iunes, Fernando Pine e Pedro Delgado.
Trilha sonora: Simone Pinheiro
Iluminação: Paulo Romera
Produção: GrupoTeatroLáEmCasa